Valdir Pagnoncelli, de Dois Vizinhos, e Roberto Lang, de Coronel Vivida, são favoráveis.

Os empresários Roberto Lang, diretor da Rádio Voz do Sudoeste FM, e Valdir Pagnoncelli, diretor das rádios Educadora AM e Vizi FM, são favoráveis à construção de novas centrais de geração hidrelétrica e pequenas centrais hidrelétricas (CGH-PCH) na região. Roberto Lang, também é diretor da Forcel, companhia de geração e distribuição de energia elétrica para a cidade de Coronel Vivida. Valdir é proprietário de uma ilha no Rio Santana que deverá sediar a CGH Ilha do Santana.
Em Coronel Vivida, a Forcel mantém, desde 1956, a PCH Salto da Alemoa, no Rio Chopim. A hidrelétrica possui duas turbinas e a lâmina d’água – não tem formação de lago. Mas a Copel tem projeto para construir uma outra PCH próxima, também com o nome de Salto da Alemoa. O processo está tramitando nos órgãos públicos.
Lang argumenta que a PCH Salto da Alemoa, da Copel, vai reduzir a vazão da PCH Salto da Alemoa, da Forcel. Mas o diretor da companhia de Coronel Vivida ressalta que “essa diferença de vazão terá uma compensação para a Forcel. Tem que compensar, a nossa usina é de lamina d´agua”.
É favorável
Apesar desta questão, Lang é a favor dos investimentos em novas CGH-PCHs na região. “Isso é muito bom. Dá uma oportunidade para os investidores. Temos potencial pra produção de energia, já falta energia”, opina.
Sobre o Rio Chopim, que terá cerca de dez PCH-CGHs ao longo do seu curso de Palmas a Cruzeiro do Iguaçu, Lang argumenta que o Chopim tem vários bons afluentes – Santana, Marrecas, entre outros.
Ele não acredita que haverá problemas de geração de energia elétrica pelo fato de vários empreendimentos utilizarem o mesmo rio. “Não dá problema. O Sistema Elétrico [nacional] tá todo interligado”, ressalta.
Potencial hidrelétrico
Ao longo de anos foram feitos vários estudos sobre o potencial hidrelétrico do Rio Chopim. Lang cita, inclusive, um estudo elaborado pela UFPR e Lactec/Copel sobre a otimização dos empreendimentos energéticos no Rio Chopim. “Aí fizeram a partição de quedas com potenciais energéticos”, conta.
Lang critica os governos anteriores que não autorizaram a realização dos investimentos em novas CGH-PCHs, no Paraná. “Esses empreendimentos não saíram no governo anterior [do Roberto Requião] porque não deram assentimento, a aprovação do IAP, e aí nunca saía, mesmo a Copel sendo sócia de alguns destes empreendimentos. Era um governo tapado. O que eles pensavam?”
CGH Ilha do Santana
Valdir Pagnoncelli, que tem imóvel na Ilha do Rio Santana, em Verê, defende os investimentos em novas hidrelétricas de pequeno porte. “Primeiro que é uma energia limpa, segundo que a empresa [concessionária] tem a obrigação de manter limpos os rios, terceiro que isso será decisivo para o turismo de água doce”, defende.
Valdir destaca que os investimentos em novas hidrelétricas despertaram as lideranças da região para a importância do turismo. Antes haviam as praias artificiais em Boa Esperança, Cruzeiro do Iguaçu, São Jorge D’Oeste. Em Realeza, com o lago da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, será construída uma praia artificial e foi construído um centro de atendimento aos turistas. Mas outros empreendimentos de turismo devem surgir na região e algums próximos das hidrelétricas de pequeno porte.
CGH Ilha do Santana
Sobre CGH Ilha do Santana, a fase agora é de negociação com os proprietários de imóveis que margeiam a área do futuro empreendimento. Uma dificuldade que os empreendedores estão enfrentando é que com o aumento dos preços da saca de soja e milho. Houve uma supervalorização dos imóveis rurais. Essa dificuldade ocorre mesmo para as áreas de proteção permanente (APP).
Para os projetos andarem é preciso, primeiro, a negociação com os donos dos imóveis das margens do Rio Santana e depois a tramitação normal nos órgãos públicos. O investimento na CGH Ilha do Santana pode chegar a R$ 30 milhões. Valdir ressalta, no entanto, que este projeto não acarretará em inundações de áreas. A desapropriação é necessária para a formação de área para a CGH.
Vencida a etapa da negociação, Valdir acredita que não haverá empecilho nos órgãos ambientais, de água e energia elétrica e perante o Governo do Estado e a Assembleia. “O governo, se cumpridas todas as normas, ele autoriza”, diz. sário.
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