17.1 C
Francisco Beltrão
domingo, 15 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

Família Telles, de Renascença, quer avançar na produção leiteira

O produtor Luiz Telles tem sua propriedade reconhecida como referência em Renascença devido aos investimentos na pecuária leiteira.

 

Família Telles: Luiz, Lucas e Noeli cuidam da propriedade na comunidade Novo Horizonte.

Com aproximadamente 50 bovinos da raça holandesa (vacas, bois, novilhas e terneiros) em sua propriedade, Luiz Telles quer atingir mais objetivos juntamente com sua família na comunidade Novo Horizonte, em Renascença. Os animais produzem diariamente em torno de 600 litros por dia – média de 24 litros/dia cada vaca. O produtor rural teve apoio do Programa Leite Sudoeste, desenvolvido pela Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop), que tem o objetivo de fortalecer a cadeira produtiva de leite através de assessoria técnica e incentivo às propriedades referência em produção. “Quando começamos com o programa, a média era de 18 litros de leite cada animal por dia. Tem momentos que a produção aumenta, em outros, diminui. Depende muito da idade do animal e da alimentação que consome. Isso influencia diretamente na produção”, explica Luiz.

Há 11 anos a família Telles decidiu parar com a atividade de grãos (soja, milho, feijão) e investir na produção de leite. Foi então que eles adquiriram quatro novilhas holandesas financiadas pela Cresol. “Em 2004 nosso filho mais velho, Lucinei, foi encaminhado paro o Colégio Agrícola em São Miguel do Iguaçu. Ele estudou quatro anos, onde ficava 90 dias no colégio e 60 dias em casa aplicando os conhecimentos adquiridos. Em 2009, o segundo filho Tiago foi paro o Colégio Agrícola em Francisco Beltrão, onde estudou por três anos. Ao terminar o curso, voltou para nossa propriedade e o filho mais novo, o Lucas, também foi em 2012 para o Colégio Agrícola. Ele também estudou durante três anos e está com a gente até hoje.” Graças ao investimento na formação dos filhos, os Telles melhoraram os resultados na propriedade. 
Dona Noeli e seu Luiz têm mais dois filhos: Lucineia, formada em Ciências Contábeis, e Lucinei, que também cursa Ciências Contábeis. E agora eles querem ir além: produzir mais de 30 mil litros por mês de leite. “Queremos chegar a 50 vacas em lactação. Hoje são quase 30. Aí vai passar dos mil litros diários”, prevê Luiz.

- Publicidade -

Luiz projetava distribuir leite em escolas
A família Telles queria embalar o leite produzido em sua propriedade e distribuir nas escolas de Renascença e região. E como estão apenas em três pessoas, a ideia de avançar em projetos mais ousados por enquanto fica engavetada. “Não vamos implantar esse projeto devido à saído do Tiago que cursa veterinária, mas no futuro nós pretendemos”, diz Luiz.
Uma das motivações para ir além da produção e distribuição do leite ao laticínio está no recente reconhecimento que a propriedade ganhou em 2014: referência municipal na produção de leite. “Somos referência devido aos anos de dedicação. A Prefeitura e a Emater constataram que nossa produção segue as regras, pois sempre vendemos com notas fiscais. Técnicos da prefeitura e Emater acompanham nosso dia a dia”, destaca Luiz, que afirma que o segredo, o ponto-chave para o reconhecimento está na formação de ensino rural dos filhos. “Com certeza contribui bastante para mantermos nosso negócio.”
Entre os critérios que fazem da propriedade um modelo para os demais agricultores estão os investimentos em novas tecnologias, que, segundo Luiz, vieram na hora certa, com a aquisição de trator e ordenhadeiras canalizadas, carreta para puxar o pasto e a ensiladeira para a silagem. Luiz vem acompanhando as novas formas de manejo recentemente aplicadas com seus animais. “Modificamos o manejo das pastagens por piquete rotacionado, onde as vacas comem cada dia numa área de pasto diferente. Também estamos implantando o sistema agrossilvipastoril para dar mais conforto aos animais e colocamos água nos piquetes, além da conservação de solo.”

Técnico da Emater enaltece receptividade dos Telles
Alberto Müller, técnico da Emater de Renascença, assinala sobre a importância da propriedade ter a “porteira aberta” – quando os proprietários são receptíveis aos novos estudos e pesquisas. “Isso tudo soma na hora da propriedade ser reconhecida como referência. Toda vez que um outro produtor ou até mesmo um técnico vai naquela determinada propriedade, lá com certeza terá alguma novidade.”
Prova disso está numa experiência que vem sendo feita no sítio dos Telles: o plantio de alfafa destinado ao gado. “Não é uma cultura muito fácil, mas tem dado um resultado positivo. Coletamos um pouco da terra da propriedade para fazer uma análise custeada pela Prefeitura para ver a viabilidade do plantio da alfafa. Depois a terra recebeu adubo orgânico e químico. No início o capim papua estava judiando da alfafa. Fizemos um controle do papua com veneno e aí deu certo. O resultado como alimentação é excelente. Aos poucos vamos implantando em todas as propriedades de Renascença”, observa Alberto. “Como é um alimento rico em proteína, faz aumentar a produção de leite”, resume Lucas Telles.

Conforme informações do site da Embrapa, a alfafa é uma das forrageiras mais difundidas em países de clima temperado e vem sendo introduzida com sucesso em ambientes tropicais. Pode ser utilizada de várias formas como forragem conservada [feno ou silagem], na forma picada, obtendo-se em todos os casos excelentes resultados.  

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques