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Francisco Beltrão
quarta-feira, 18 de junho de 2025

Edição 8.228

18/06/2025

Festa de São Cristóvão: No fim das contas, parceria entre comunidades resulta em dinheiro a mais no caixa

 

Os membros da diretoria fabricaram os novos bancos de pinus e pinheiros.

 

Muito comum nas festas de interior, os espetos feitos de madeira estão deixando de serem fabricados por seus organizadores, preocupados com possíveis desentendimentos. “Antigamente, tinha que buscar espeto no mato, matar os bois e serrar a carne com serra manual. A lenha era tudo de nó de pinho, era muito raro alguém ter motosserra. Tinha ainda as brigas, o pessoal pegava os espetos e daí já viu… Lembro que a gente ia pro mato, cortar os galhos de árvores para fabricá-los, era um sofrimento. Mas agora tudo fica mais fácil”, lembra-se João Kunzler, conselheiro da diretoria. 
A festa da Linha 15 é conhecida pela organização. Segundo seus diretores, nunca teve briga ou qualquer confusão mais grave. “Tem comunidades que você não consegue aproveitar a festa, tem que ir comprar a carne e vir comer em casa, porque quando é lá pela uma e meia da tarde, o bicho pega. Por isso que a igreja católica vem optando por vender bebidas alcoólicas somente até as 16h”, observa João. 
A diretoria da Capela São Cristóvão busca inovar ano a ano para que os participantes da festa levem para casa as boas lembranças. Uma demonstração de cooperativismo ficou clara na última aquisição feita por quatro diretorias de comunidades. A da Linha 15 de Novembro fechou parceria com a igreja matriz de Renascença, além das comunidades de Linha Barrinha e Km 25, na compra de espetos em aço inox para serem utilizados em diversos eventos. 
“Não adiantaria comprarmos os espetos e depois da festa deixar eles guardados num canto. É um dinheirão investido, foram gastos R$ 16 mil na compra deles e por isso tivemos a ideia da parceria. Assim, esse valor foi dividido em quatro partes e não pesou muito”, afirma o presidente da capela da Linha 15, Armando Groff.
Para se ter uma noção do investimento, a diretoria acredita que deva gastar em torno de R$ 18 mil com a realização da festa.
O segredo do churrasco
Há quem diga que um segredo contado para outra pessoa deixa de ser segredo. E para quem espera saborear um delicioso churrasco, Valmir de Bona explica como serão temperados os mil quilos de carne: “Primeiro é preciso conhecer o tipo da carne. Um exemplo é a carne de gado, que aceita sal fino, alho e pimenta em grão, não adianta querer colocar outro tipo de tempero porque é uma carne que absorve muito o tempero e fica forte de gosto. Já a carne de porco dá pra variar, até uns oito tipos de tempero dá pra colocar, como açafrão, alho, osmarin, vinho, cerveja, limão. Eu gosto de passar adiante o que eu sei fazer. E temperar carnes é uma delas”.

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Exemplo de cooperativismo: milhares de reais em economia
O trabalho em comunidade ensina que é possível economizar em conjunto, visando ao bem comum. Essa economia tende a se concretizar no caixa. Foi o que fez o pessoal da diretoria da Linha 15 de Novembro. Somente na fabricação de 150 bancos de madeira de pinus e pinheiro, para serem utilizados em eventos da comunidade, foram economizados em torno de R$ 10 mil. “A madeira nós ganhamos e nós mesmos fabricamos os bancos neste ano. Cada um fez sua parte e o resultado apareceu”, comemora Armando. 

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