Número de passageiros transportados caiu drasticamente em 2020.

O fim de ano chega com crise no transporte coletivo urbano de Pato Branco. A empresa está com dificuldades de pagar salários e o 13º salário dos colaboradores.
A informação é de Ênio da Luz, presidente do Sindicato dos Trabalhadores, que acompanha a crise e negocia com as empresas em nome dos empregados. O volume de passageiros transportados teve uma queda brusca por causa da pandemia, algo em torno de 45%, segundo o Sindicato da categoria.
Ênio comenta, “entendemos que a situação chegou no limite, porque a empresa está enfrentando dificuldades em virtude da redução drástica do número de passageiros transportados”. Segundo informações do Depatran, de Pato Branco, que monitora o volume mensal de passageiros transportados pelo sistema público de transporte da cidade, a redução foi drástica.
135 mil a menos
Conforme a planilha do órgão municipal de trânsito, entre os dias 12 de abril e 12 de maio do ano passado, foram transportados 263 mil passageiros. Já entre os dias 12 de abril e 12 de maio deste ano, período que iniciou o isolamento social provocado pela pandemia do coronavírus, a quantidade de passageiros foi de 128 mil pessoas, 135 mil a menos que no mesmo período do ano passado.
Enio da Luz, disse que o Sindicato de Trabalhadores nos Transportes compreende que o isolamento social e fechamento das atividades comerciais provocou o impacto no setor de transporte público. “A empresa reduziu o quadro de funcionários, e entendemos que procurou fazer o possível, mas o quadro está insustentável também para os trabalhadores, que precisam de seus salários para manter suas famílias”, lamenta.
A empresa manterá uma reunião nas próximas horas com a Prefeitura Muncipal e participação dos vereadores para definir algo a respeito. Dependendo da reunião a empresa vai tomar as medidas necessárias, podendo até reduzir linhas de transporte, para enfrentar a crise.
Em Beltrão também caiu a quantidade de pessoas transportadas
O número de passageiros que utilizam o transporte coletivo urbano de Francisco Beltrão, pela Transportes Coletivos Guancino, também diminuiu neste ano devido à pandemia do coronavírus. De outro lado, vem crescendo o número de pessoas que usam o serviço gratuitamente.
A redução no número de passageiros obrigou a direção da Guancino a negociar com o sindicato dos trabalhadores e a Câmara de Vereadores dois períodos, ao longo do ano, para a suspensão dos contratos dos cobradores. Essa foi uma das formas encontradas para encarar a crise.
Recentemente uma reunião do Conselho Popular do Transporte, que avalia os pedidos de aumento das tarifas de transporte e o serviço prestado pela Guancino, várias questões foram levantadas, foi escolhida uma comissão de avaliação e haverá, nesta semana, mais uma reunião dos integrantes. A comissão tem a missão de encontrar sugestões para o transporte coletivo.
O número de pessoas que usam o transporte coletivo gratuitamente vem crescendo ano a ano. A lei federal fala em gratuidade na passagem para pessoas com mais de 65 anos. Em Beltrão, uma lei municipal garante a gratuidade para pessoas a partir dos 60 anos.
Essa situação da gratuidade impacta na planilha de custos. Há pessoas beneficiadas pela lei que usam transporte coletivo mais que uma vez por dia. Essa é uma das situações que também prejudica o serviço como um todo.
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