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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

”Foi um milagre ela estar aqui hoje”, diz mãe de menina que foi atacada por cachorro

Amanda completou dois anos quando estava na UTI de um hospital de Pato Branco. Os pais residem no distrito de Barra Bonita, interior de Nova Esperança

 

Fábio, Amanda dando tchau para a câmera e Crisnaiara.

Cinco dias depois de começar os trabalhos em uma propriedade no distrito de Barra Bonita, em Nova Esperança do Sudoeste, Fábio Júnior Velozo viu sua filha, Amanda Nayara Ibania Velozo ser atacada por um rotweiller. O acidente aconteceu no dia 9 de abril, quando Amanda passeava com a mãe, Crisnaiara Ibania Aguero. “Naquele dia eu resolvi limpar aqui fora, que tava bem cheio de folha. Eu fui ali na vizinha pedir o rastel emprestado. Ela disse para eu pegar e depois passar na casa dela tomar chimarrão. Eu voltei lá, ela tava pra dentro da casa e eu fiquei com vergonha de chamar. Quando tava voltando com a nenê eu escutei o barulho da corrente. Eu olhei pra trás e só deu tempo de ver o cachorro com ela na boca. Ela parecia uma bonequinha na boca dele. Foi muito rápido. Ele quis pegar o pescoço, aí pegou o rosto, atrás da orelha, ai ele largou. Aí nós batia, fazia de tudo”, lembra a mãe. 

Segundo o pai, aquela foi a primeira vez que a menina saiu de casa depois da mudança.  “Nem deu tempo dela conhecer o cachorro. Nós chegamos no domingo de Páscoa. Fazia cinco dias que a gente estava aqui. O cachorro nunca tinha avançado em ninguém. Tinha sempre crianças por aqui”, conta. Todos ficaram sem ação. “Na hora a gente não sabia o que fazer. Quando chegou o patrão, o cachorro largou. As mulheres tentaram dar martelada, rastelada e nada. Quando ele chegou gritando, o cachorro subiu correndo. Daí a vizinha pegou minha filha, a minha esposa colocou o cachorro pra trás e eu segurei a corrente”, lembra Fábio.
Mesmo com os ferimentos, a criança ficou consciente durante todo o tempo. “Ela estava com o rosto cheio de sangue. Abriu o rosto. Teve um corte profundo. Aí o meu patrão levou a Amanda direto pro hospital de Nova Esperança do Sudoeste. Rapidinho já atenderam ela, fizeram todos os pontos e, por último, quando o médico tirou a camisetinha dela para fazer os pontos nas costas, ele viu que o pulmão estava perfurado. Daí ele fez um dreno e já levou direto para Beltrão”, completa o pai. 

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Médico salvou a vida da criança
O atendimento do médico foi exemplar. “Se não fosse pelo dr. Roberto, daqui de Nova Esperança, a Amanda não estava aqui hoje. Ele acompanhou a gente até em Beltrão. O Samu ia demorar uns 40 minutos para levar ela para Beltrão e ele se responsabilizou porque ela não podia esperar. Levamos com uma ambulância da Prefeitura e ele acompanhou tudo. Ele disse que se não tivesse médico lá, ele ia ficar até aparecer um médico”, elogia a mãe. 
Sem vaga para ficar na UTI em Beltrão, a garota foi transferida para Pato Branco onde começou a recuperação. No dia do seu aniversário, 13 de maio, ela voltou a respirar sem a ajuda de aparelhos. “Foi um milagre de Deus ela estar aqui hoje. Os médicos não deram esperança nenhuma. Mesmo quando surgiu a vaga na UTI eles não davam esperança. Ele disse para nós pedir para Deus para dar tudo certo. Chegando lá em Pato Branco ela começou a melhorar”, comemora a mãe.

Recuperação impressionante
De fato, Amanda está muito bem. Risonha, ela não parou de brincar um minuto enquanto a reportagem do Jornal de Beltrão conversava com seus pais. “A gente até se admira. Ela está muito bem. Até quando ela vê cachorro hoje ela manda beijo, fica dando tchau. Não ficou com trauma nenhum. Ela é muito forte. Eu e a minha vizinha ficamos com mais trauma que ela. Eu vejo e começo a tremer e a Amanda fica mandando beijo”, conta o pai. 
O animal foi sacrificado e a família não responsabiliza os proprietários pelo acidente. “Era para acontecer. A gente não pode culpar ninguém. Animal é animal. Ele tava amarrado, se soltou. Ele era manso, meu marido sempre tratou ele. A Amanda nunca saía para fora também”, conclui Crisnaiara, que está grávida do segundo filho.

Do acidente, ficou apenas um arranhado no rosto. 

 

 

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