Em uma época em que o índice de desemprego está em alta, Capanema gera quase duas mil vagas de trabalho.
Na primeira metade de 2016, houve um aumento no desemprego do Brasil. Segundo dados do Índice Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o trimestre fechado em abril registrou 11,2% de desemprego e a quantidade de pessoas sem trabalho atingiu os 11,4 milhões – números que superam qualquer registro de desemprego desde o início da contagem da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do IBGE, em 2012.
No entanto, alguns municípios vão contra essa maré. Municípios como Capanema, que é destaque no Paraná nesse quesito. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, até abril de 2016, Capanema gerou 1.816 novas vagas – contratando pessoas do município, da região e até mesmo de outros Estados do Brasil. Esse número é mais do que o triplo do segundo lugar em geração de empregos no Estado, uma posição que ficou com Palmas, onde foram contratadas 588 pessoas.
Um dos principais responsáveis pela grande empregabilidade no município é a construção da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, que ainda pretende ter três mil pessoas contratadas no auge da obra – uma usina que, quando pronta, deve produzir 350,2 megawatts de energia.
Mas não é só na Usina que se contrata. Segundo a gerente da Agência do Trabalhador de Capanema, Veranice Franco de Melo, a empresa Dip Frangos – antiga Diplomata – reabriu recentemente o segundo turno de trabalho, o que garantiu, só ali, cerca de 350 empregos. Ela ainda comenta que essa reabertura só foi possível por um apoio da Prefeitura na revitalização da Diplomata, que não estava em boas condições nos últimos anos.
A prefeita Lindamir Denardin (PSDB) comenta ainda que a Dip Frangos possibilitou ainda a construção de mais aviários nos municípios, com o apoio da Sicredi para liberar recursos por financiamento. “Já foi liberada a construção de 16 novos aviários de um total de 50 que deverão ser construídos em breve, e isso gera ainda mais empregos e possibilita a permanência do nosso cidadão no campo.”
Existe ainda uma previsão de mais contratações na indústria têxtil Dry World (de origem canadense), voltada à confecção de artigos esportivos. Segundo Veranice, esperam-se mais 500 empregos no início do segundo semestre do ano.
Empregos da usina são temporários
O número de geração de empregos em Capanema é expressivo, ainda mais se considerar o período de desemprego no Brasil. No entanto, o principal motivo desse número é a UHE Baixo Iguaçu, uma obra que, quando estiver pronta, não vai ter necessidade desses trabalhadores.
Prevendo que muitas pessoas de Capanema ficarão sem emprego quando a contrução da Usina acabar, a prefeita Lindamir comenta que o município está investindo em uma área industrial. “Adquirimos a área e estamos no momento investindo na sua estrutura. Depois vamos buscar parcerias para montar um complexo industrial que dê emprego para pelo menos uma parte dessas pessoas.”
