
chegar aos supermercados em breve.
A perspectiva de ganhos extras com atividades dentro das pequenas propriedades rurais tem feito com que muitas jovens do meio rural optem em continuar no campo. A grande oferta de cursos gratuitos, ou mesmo pagos, de panificação, confeitaria, salgaderia e confecção de massas tem tido grande papel nisto.
Formada em Pedagogia, Fernanda Felippe tinha a culinária como hobby até 2012, quando descobriu estar com câncer. A baixa imunidade causada pela doença fez com que ela se afastasse das atividades que realizava em uma escola de Pato Branco. Foi neste momento que a culinária, uma de suas paixões, entrou em sua vida para ficar. “O Rodrigo (Bertol, chefe da Vigilância Sanitária) foi quem deu a ideia de usarmos este espaço vago aqui da casa para trabalhar com produtos caseiros. Com a ajuda dele, de uma empresa de Beltrão e do Sebrae eu comecei”, relembra Fernanda que contou também com a ajuda dos pais para conseguir o empréstimo que deu inicio ao negócio na comunidade de São Pedro Alcântara.
Após participar de diversos cursos, há três anos Fernanda começou a vender pães, cucas, bolachas e massas na Feira do Produtor. Em alguns meses descobriu um nicho de mercado, o dos trabalhadores que não tinham tempo de cozinhar, então surgiu a linha de comidas prontas para micro-ondas. “Hoje o nosso carro-chefe são os pratos prontos para micro-ondas, eu faço lasanha, panqueca e tortéi caseiros”, conta.
A pequena empresária descobriu novos mercados para seus produtos e hoje fornece também para a Merenda Escolar. A ampliação do negócio possibilitou que toda a família de Fernanda, formada pelos pais e pela irmã, trabalhasse na empresa. Além de proprocionar renda extra para a família, Fernanda conta que por estar no campo consegue reduzir alguns custos de fabricação utilizando produtos da propriedade. “Produtos que necessitam de inspeção sanitária como queijo e frango são adquiridos de empresas, mas a gente consegue preços mais interessantes como o da farinha, já que o trigo a gente produz e leva para o Moinho Bolson”, explica. Assim como a farinha, a família retira os temperos e demais produtos da horta. “O que conseguimos produzir aqui, como temperos, é produzido. Porque aqui a gente produz sem agrotóxicos para manter a qualidade”, ressalta. Nesta semana a empresa de Fernanda passou a ter etiqueta para seus produtos, e a pequena empresária já sonha com voos maiores: “Pretendemos fazer um mostruário e levar nosso produto para os mercados”.
Uma nova empresária
Com apenas 17 anos, Bruna Fátima Bernardi acaba de completar o Ensino Médio e já tem certeza do que pretende fazer na vida: dedicar-se à culinária. Bruna diz que não cogita a possibilidade de sair da comunidade de Passo da Ilha e pretende abrir no próximo ano, com a ajuda dos pais, uma empresa de massas e bolos na propriedade na qual reside.
Ela acaba de concluir o curso de confeitaria disponibilizado pela Prefeitura de Pato Branco em parceria com o Senai. “Eu sempre tive interesse e gostava de fazer essas coisas. Durante o curso tivemos a parte da teoria e durante a prática eu fui gostando cada vez mais. Comecei a pensar que esta pode ser a minha fonte de renda. Eu gosto de ficar aqui no interior e posso montar um negócio aqui para mim”, diz Bruna.
Além de fazer produtos sob encomenda, a jovem pretende comercializar seus produtos na Feira do Produtor.
A Prefeitura de Pato Branco, através da Secretaria de Agricultura, formou, somente em 2014, cerca de 150 mulheres do campo em sete cursos de transformação de alimentos ofertados em parceria com o Senai.