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A governadora Cida Borghetti, o presidente da Copel, Jonel Iurk e representantes da Neoenergia,
acompanharam a operação de descida do rotor da terceira e última unidade geradora da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu.
Fotos: Arnaldo Alves/ANPr
Foi realizada ontem, na Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, a descida do rotor no poço na unidade geradora 3. É o último grande equipamento a ser instalado na usina, que deve entrar em funcionamento até o fim deste ano. A governadora Cida Borghetti acompanhou o trabalho e ressaltou a contribuição da unidade para o setor energético e para o País.
“Esse é um momento emblemático, que marca a etapa de finalização de uma obra tão importante, que vai impactar na vida da população brasileira, pois contribuirá para a oferta de energia limpa”, afirmou a governadora. “A unidade geradora representa uma grande conquista para o setor energético do Paraná e do Brasil”, disse ela.
Localizada no trecho final do Rio Iguaçu, entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, a usina é construída pela Copel e a Neoenergia. O investimento total é de R$ 1,7 bilhão, com participação de 30% da Copel e o restante da Neonergia. A obra começou em 2013 e, no pico, gerou 3.100 empregos. Atualmente, 2.500 funcionários trabalham na fase final de construção.
O presidente da Copel, Jonel Yurk, lembrou que essa usina é o último grande aproveitamento do Iguaçu e a sexta do rio. “A unidade tem capacidade instalada de 350 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade de praticamente 1 milhão de habitantes e contribui para o desenvolvimento do Paraná e do País”, disse Yurk. “Como o sistema elétrico nacional é interligado, essa energia vai para vários lugares do Paraná e de outras regiões do Brasil”, disse ele.

13,4 metros de diâmetro, 492 toneladas
O conjunto do gerador pesa 492 toneladas e tem 13,4 metros de diâmetro. A descida e encaixe dentro da casa de força da usina é um trabalho que exige extremo cuidado e precisão, levando em torno de uma hora para ser concluído.
Segundo o diretor de geração e transmissão da Copel, Sérgio Lamy, a colocação do terceiro e último rotor significa que a obra já se encaminha para a finalização: “Nos próximos meses estaremos aptos a iniciar a geração comercial. Em novembro devemos estar com geração da primeira unidade”.
Lamy considera que a Usina Baixo Iguaçu deverá dar contribuição importante ao setor elétrico brasileiro, principalmente no custo adicional, quando há bandeira branca, vermelha e amarela: “Isso porque o País hoje está em escassez, a situação hidrológica é bastante severa. Com essa unidade teremos condição de reduzir a geração térmica e reduzir o custo da energia elétrica no País”.
Capanema e Capitão, os municípios mais beneficiados
Capanema e Capitão Leônidas Marques, com áreas abrangidas na construção da Usina, serão diretamente beneficiados com o aumento na arrecadação de impostos e geração de empregos. Além disso, quando começar a produzir energia, a Usina Baixo Iguaçu vai pagar uma compensação financeira pelo uso dos recursos hídricos, aumentando a receita das prefeituras.
O prefeito de Capanema, Américo Belle, lembrou que o município, de pequeno porte, vive em função dos repasses estadual e federal e, com a crise, há queda nas transferências. “Com a usina em funcionamento vamos começar a receber os royalties e poderemos investir em saúde e educação, deixando os nossos recursos livres para as demais áreas”, explicou. “É uma data importante para os que moram nesta região, um empreendimento que representa geração de riquezas e de empregos”, disse o prefeito de Capitão Leônidas Marques, Claudiomiro Quadri.
Fio d’água, impacto mínimo
O presidente do consórcio Copel/Neoenergia, José Anchieta, lembrou que o lago de Baixo Iguaçu será operado “a fio d’água”, o que significa dizer que não terá a função de acumular grande volume hídrico para regularizar a vazão do rio. “Por isso o impacto é o mínimo possível. Temos um reservatório de 13,5 quilômetros quadrados de área, com impacto em três mil hectares, pequeno pela dimensão da obra, que é gigantesca e importante para matriz enérgica nacional”, disse Anchieta.
Copel foi responsável por monitorar obra
Além de integrar a diretoria do Consórcio formado entre as empresas, a Copel assumiu as atividades de Engenharia do Proprietário e foi responsável por monitorar a execução da obra e o cumprimento de cronogramas, controlar os contratos com fornecedores, avaliar do ponto de vista técnico o projeto civil da Usina, acompanhar a fabricação e montagem de equipamentos, entre outras atribuições.
O aproveitamento Baixo Iguaçu é o último empreendimento energético previsto para o principal rio paranaense, onde já operam cinco hidrelétricas de grande porte: Foz do Areia, Segredo, Salto Caxias – todas de propriedade da Copel – mais Salto Osório e Salto Santiago, estas pertencentes à Tractebel. Juntas, elas totalizam 6.674 megawatts de potência instalada.