Quem viveu este dia relembra o fenômeno: “Foi maravilhoso sentir a neve, mas estava bastante frio”. Simepar diz que chance de nevar hoje é pequena.

Marlene Somavila tinha apenas 5 anos quando acordou na manhã de 21 de agosto de 1965 e viu o quintal coberto de neve, em Salgado Filho. “Meu cachorro estava com a casinha atolada na neve. A portinha da saída da casinha do bichinho fechada pela neve. Calcei uma bota 7 léguas, que era da mãe tirar leite, e me mandei pra fora socorrer meu Loló. Quando a mãe ouviu estava eu em gritos atolada também. Não conseguia mais andar e lá veio a mãe aos tapas comigo porque tinha avisado pra eu ficar na cama”.
O relato de Marlene está numa postagem do Facebook que relembra o dia em que nevou na cidade. Muita gente que morava na região, à época, ainda recorda o cenário incomum e as dificuldades causadas pelo gelo – principalmente para os animais e plantas. “Muitos moradores levantaram para ver o que estava acontecendo durante a madrugada, pois ouviam muitos ruídos estranhos, dos telhados estalando e dos galhos de árvores se partindo. Pela manhã ficaram surpresos ao ver tanta neve no chão, pois em alguns lugares tinha cerca de 40 cm de neve e permaneceu assim por várias horas”, registra a publicação do professor Antonio Batista numa página do livro Outras Histórias de Salgado Filho.
Numa das imagens postadas na página, aparecem crianças brincando em meio à neve. Uma delas é Neuza Manfrin: “Parece que foi ontem. Eu sou aquela que está chegando perto do grupo. Estamos em frente à nossa casa, mas do outro lado da rua. Foi maravilhoso sentir a neve, mas estava bastante frio, pois a mesma já estava derretendo”, relatou.
Em Pato Branco, a nevasca rendeu imagens que também foram eternizadas pelos fotógrafos da época. Algumas delas, publicadas em uma página de memórias da cidade, renderam boas lembranças. “Lindo. Lembro que fizemos um boneco de neve”, postou um dos internautas. “Poderíamos viver novamente esse momento histórico”, disse outra.
Chance de nevar é pequena
A nevasca de 1965 voltou à lembrança de muitos moradores da região, 55 anos depois, porque no início da semana a possibilidade de neve em alguns locais do Sul do Brasil tomou as redes sociais. Desde ontem a massa de ar frio vindo da Argentina fez despencar as temperaturas, mas o Simepar publicou que a neve pode atingir as cidades mais ao Sul do Estado, mas a chance é pequena.
“Essa massa de ar frio vai baixar as temperaturas em todo o Estado. Porém, são valores típicos da estação e comuns em situações como essa no Paraná”, twittou o Instituto de Meteorologia, ontem, à tarde. A última vez que nevou na região foi em 2013 – mas fraca e localizada, em Palmas.
