Ministério de Minas e Energia abrirá mesa de negociação permanente sobre construção da usina hidrelétrica Baixo Iguaçu.

O deputado federal Assis do Couto (PT), a prefeita de Capanema, Lindamir Denardin (PSDB), e o prefeito de Capitão Leônidas Marques, Ivar Barea (PDT), participaram quinta-feira, 3, de duas reuniões em Brasília, para debater a construção da Usina Baixo Iguaçu. As reuniões foram realizadas no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), e no Ministério de Minas e Energia (MME).
O resultado mais significativo foi o comprometimento do ICMBio em analisar ainda nesse mês a única condicionante que impede a retomada plena das obras da usina. Atualmente, a empresa responsável pela construção da obra só pode realizar trabalhos na parte seca do canteiro de obras. Ou seja: nenhuma obra dentro do rio.
Já a reunião no Ministério de Minas e Energias foi com Juliette Monsá, Rita Alves, Edith Carvalho e Alexandre Ramos, da Secretaria Executiva do ministério. Lá, o deputado Assis, a prefeita Lindamir e o prefeito Ivar garantiram a criação de uma mesa permanente de negociação para tirar dúvidas e cobrar ações para garantir a construção da usina. Uma reunião será marcada em breve para debater questões importantes para a sociedade local, como as indenizações às famílias atingidas.
“Esta usina está planejada desde o final dos anos 70. A primeira licença para a Baixo Iguaçu é de 1985, para ser construída em um local que alagaria mais de 8 mil hectares do Parque Nacional do Iguaçu e milhares de famílias. Na época, a comunidade local não aceitava a Usina. Hoje há uma outra compreensão. Sabemos da necessidade de construir esta usina, mas não podemos descuidar de questões ambientais e sociais relacionadas à obra”, discorreu o deputado Assis.
Problemas nos municípios
Os prefeitos Ivar Barea e Lindamir puderam, no Ministério, relatar alguns problemas de gestão municipal que enfrentam desde o início – e posteriormente paralisação – das obras da usina Baixo Iguaçu. Entre os problemas principais, eles apontam superlotação de creches, escolas e postos de saúde, com as pessoas que foram aos municípios em busca de emprego para trabalhar na construção da usina e, com a paralisação das obras, estão desempregados.
“No meu município, por exemplo, também temos um problema de habitação gravíssimo. O preço do aluguel subiu absurdamente com a especulação imobiliária criada pela construção da usina e acabou empurrando muita gente, que morava na cidade, para as periferias”, detalhou Ivar Barea.
Os prefeitos esperam que estes e outros problemas sejam debatidos na próxima reunião, agendada para outubro, com a participação de todos os envolvidos na construção da usina.
