
No sábado, 26 de julho, os jornalistas da primeira turma da Fadep comemoraram os dez anos de formatura, em encontro na Associação Cattani, em Pato Branco. Dos 28 formandos, cerca de 20 marcaram presença nesta confraternização, que contou também com a presença de professores da Fadep. Jornalistas solteiros na época, agora casados compareceram com seus respectivos pares e filhos de diversas idades, sempre menos dos 10 anos, numa demonstração de que a pauta do “crescei e multiplicai-vos” foi cumprida. As crianças maravilhosas presentes atestavam a felicidade dos pais, que além de Pato Branco vieram de outras cidades e mesmo de outros estados, como o Acre.
Os dez anos de jornalismo, da primeira turma da Fadep, começaram em agosto de 2000 e tiveram a formatura em julho de 2004. Desta primeira turma fizeram parte integrantes que já atuavam em jornalismo em diversos setores, rádio, jornal, TV, assessorias, em diversos municípios do Sudoeste, notadamente Pato Branco e Francisco Beltrão, e por essa razão a turma fez história no curso de Jornalismo da Fadep pela presença de profissionais, cujas experiências e atividades complementavam as teorias das disciplinas.
Foi exatamente nesta época que uma juíza emitiu uma liminar descaracterizando o curso de Jornalismo como credencial para exercer a atividade profissional na área, significando que de pouca valia seria o diploma de jornalista. A liminar teve várias contestações, mas nunca foi derrubada e, pelo contrário, ganhou força o argumento de que, alicerçado pelo direito da livre expressão, todos os cidadãos têm o direito de emitir suas ideias, não importando o grau de instrução ou cursos pertinentes à atividade da comunicação.
Os jornalistas da Fadep, nestes dez anos, entenderam que o direito da livre expressão é inquestionável, mas a qualidade profissional do jornalista vai além da livre expressão, por estar vinculada à ética, moral, cultura, domínio do idioma, filosofia, sociologia, sagacidade em filtrar informações e manter a coerência na linha de pensamento, para que o consumidor desse jornalismo produzido possa se constituir em fonte de informações sérias e de juízos de valor produtivos.
Entre os participantes do encontro pode-se conferir que a quase totalidade da primeira turma de Jornalismo da Fadep encontrou seu nicho de atividade profissional. A maioria está em rádio, jornal e TV, exatamente cumprindo as pautas jornalísticas em Pato Branco, Francisco Beltrão, Cascavel, São Lourenço D’Oeste, Chopinzinho, Coronel Vivida, Palmas, Foz do Iguaçu e até no Acre; outros formaram suas empresas de assessoria. Todos entenderam que a atividade jornalística depende do esforço de cada um e que seu sucesso está na qualidade de sua produção.
Se todos têm a liberdade de expressão, o jornalista tem o dever de transmitir informações mais completas, ouvindo as partes envolvidas, cada uma com seus direitos e aspectos peculiares que podem fazer toda a diferença na informação. O jornalismo se alimenta de informações. O conceito jornalístico de vasculhar as mazelas humanas, atribuindo-lhes cunho informativo, já está ultrapassado, embora muitos ainda imaginam ser índice de audiência ou de mais leitores.
Esse tipo de jornalismo não produz efeitos sociais e, graças ao analfabetismo funcional, que engloba os incapazes de formar juízo de valor, contribui para manutenção da ignorância ou até mau exemplo para ser seguido, demonstrando que pedagogicamente não produz efeito positivo. A divulgação, para surtir efeito, deve sempre passar pelo crivo da ética, da moral, da cidadania, da sociologia. O jornalismo que divulga o fato só porque aconteceu não se sustenta pelo sensacionalismo já anacrônico e vetustamente cultivado por alguns setores da imprensa.
Graças ao Jornalismo da Fadep, o Sudoeste evoluiu e pode-se conferir pautas e produções especiais que cumprem com a responsável missão de informar, criando o conceito de que essa informação permite ao informado tirar suas conclusões. Tendo em vista a atual situação brasileira, onde muitas virtudes estão sucumbindo por muitos males que se sintetizam em “corrupção”, a imprensa livre tem o dever de contribuir para uma reciclagem dos valores éticos, políticos, fundamentados na democracia, que nada mais é do que o poder do povo, poder, aliás, desconhecido para mais de 80% dos eleitores.
Parabéns, jornalistas da Fadep, pelos dez anos. Próxima etapa: Rumo aos 20…
O Rubens Camargo, integrante da turma, distribuiu um cofrinho contendo 10 centavos e espera distribuir outro, no vigésimo aniversário, com 20 centavos. Valeu o símbolo da moeda.
Laudi Vedana – Professor e Jornalista da 1ª turma da Fadep