
Nesta semana a caçula Sandra esteve com ela em Pato Branco
Um dos diagnósticos mais aterradores e para o qual ninguém está preparado é o de câncer, mas ao ouvir a história de muitos pacientes o que se percebe é que o amor e apoio da família são muito importantes durante o tratamento.
Para as mães, em especial, a possibilidade de perder um filho para o câncer as torna leoas que lutam incansavelmente pela saúde de suas crias. De outro lado, muitos filhos precisam descobrir força para retribuir o amor e a dedicação recebidos para dar apoio a suas mães com diagnóstico de câncer. Em Pato Branco o JdeB ouviu duas destas histórias.
A pato-branquense Cláudia Ribeiro de Camargo lembra bem do mês de outubro de 2010 quando o filho Tobias, na época com apenas 13 anos, começou a apresentar náuseas, dores de cabeça e manchas roxas que surgiam pelo corpo sem explicação. Internado em Pato Branco, o diagnóstico devastador chegou em poucos dias, suspeita de Leucemia.
Cláudia conta que na época Tobias foi transferido para a ala infantil do Hospital do Câncer de Cascavel (Uopeccan). No Hospital especializado veio a confirmação da doença, Tobias estava com Leucemia Linfóide Aguda. “Você nunca imagina o seu filho nessa situação. A cabeça entende, mas o coração não aceita. Foi um choque, a gente ficou sem chão. Quando a gente descobriu ele já estava com a doença bem avançada”, relembra Cláudia.
O choque do diagnóstico foi agravado pela convivência com os pacientes da ala infantil do Uopeccan, nas palavras de Cláudia “crianças carequinhas, brancas, pálidas uma imagem que assusta bastante”.
Ao lado do filho ela tem lutado com sessões de quimioterapia, antibioticoterapia, transfusões sangue e plaquetas e incontáveis internações. No início de 2014 a família pode respirar aliviada, a doença estava controlada, mas a calmaria não durou muito tempo. Em agosto do mesmo ano foi diagnosticada a recidiva do câncer. “A gente sabe que as dificuldades são maiores e a chance é de só 30% quando há recaída”, lamenta a mãe.
Precisando de um transplante de medula óssea e sem doador compatível na família, Cláudia, Tobias, parentes e amigos entraram em campanha pela doação de medula óssea e conquistaram muitos adeptos. Cadastrado no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), Tobias descobriu um doador norte-americano compatível. Como presente de Dia das Mães, Cláudia e o filho viajam neste domingo para Curitiba, onde Tobias fará os preparativos para o transplante.
“Esta é a chance de cura dele. Tenho uma certeza que vem de Deus de que tudo vai dar certo”, almeja Cláudia. O transplante de Tobias está marcado para o dia 20 de maio.

a leucemia desde os 13 anos.
Filhos devolvem dedicação
O Dia das Mães é também a data que temos para dar retorno ao amor e dedicação recebido de nossas genitoras durante toda a vida. E é isso que os filhos de dona Elza Zotti Didone fazem diariamente.
Paciente com insuficiência renal diagnosticada há 15 anos, há dois Elza descobriu estar com câncer de pele. Moradora da cidade de Palmas, aos 80 anos ela passou recentemente por duas cirurgias e está prestes a concluir o tratamento radioterápico contra o câncer em Pato Branco.
Embora seja bastante ativa a mãe de Neri, Loreni, Remi, Valdeci, Marinelza, Marli e Sandra precisa diariamente da ajuda dos filhos, pois faz diálise peritoneal em casa, precisa de troca de curativos e utiliza um número grande de medicamentos.
Os irmãos de revezam nos cuidados a dona Elza. Sandra, a caçula da família, esteve encarregada de acompanhar a mãe em sua estadia na Casa de Apoio ao Paciente com Câncer de Pato Branco nesta última semana de radioterapia. “Eu só penso que nós temos que cuidar dela. Nós ficamos tristes por ela estar assim, mas nós temos que dar força”, ressalta Sandra, que mora em Curitiba e vem com frequência ao Sudoeste desde que a saúde de sua mãe se agravou.
Elza reconhece a dedicação dos filhos e quando questionada sobre o cuidado que recebe se emociona. “Todos eles me cuidam. E se Deus quiser eu vou sarar”, diz.