Funcionária da Câmara, Sueli Rosa Dartora deve lançar, ainda em 2015, livro que conta a história de pioneiros e ex-moradores que dão nome às ruas.

Elas homenageiam outros estados e cidades, figuras históricas, levam nomes de tribos indígenas e até mesmo de pássaros e flores, mas a tendência que se vem percebendo nos últimos anos para a nomeação de avenidas, ruas, vias e travessas de Pato Branco é a homenagem a pessoas que fizeram parte da história do município.
Na área central da cidade, onde as ruas são antigas, grande parte dos logradouros traz nomes de origem indígena como a Avenida Tupi e as suas paralelas Guarani, Caramuru, Tamoio, Tapajós, Aimoré, etc. Em outros bairros, como Planalto e Novo Horizonte, por exemplo, a temática se diversifica e quase todas as ruas levam nomes de espécies de pássaros e flores.
Há alguns anos a funcionária da Câmara Municipal de Vereadores de Pato Branco, Sueli Rosa Dartora, vem catalogando todas as ruas do município e, de acordo com seus registros, Pato Branco possui mais de 900 vias das quais pelo menos 600 levam os nomes de pioneiros ou de antigos moradores da cidade.
Mais de 600 homenageados
A tendência em batizar as novas ruas da cidade com nomes de pioneiros vem ocorrendo com maior frequência desde 2004, quando uma lei aprovada pela Câmara estabeleceu os critérios para a denominação das vias. Segundo as regras, o homenageado já deve ter falecido, precisa ter prestado serviços à cidade, ao país ou humanidade, e também pode ser referente a datas e fatos históricos. “Existe a possibilidade de nomear com datas históricas, mas as pessoas têm preferido prestigiar os pioneiros”, comenta Sueli.
A nomeação das ruas ocorre a pedido dos loteadores, dos familiares da pessoa a ser homenageada ou por sugestões do executivo ou vereadores. Sueli conta que mantém um arquivo de 35 páginas com nomes de pato-branquenses falecidos que encaminha aos proprietários de loteamentos quando solicitado.
Livro trará fotos e biografias
Sueli vem ao longo dos anos reunindo fotos e informações dos pioneiros que dão nome as ruas de Pato Branco para a confecção de um livro. Até o momento pelo menos 120 pessoas já têm suas histórias contadas na futura obra.
Ela diz que muitas histórias chamam a atenção por seus fatos pitorescos, como a da senhora que veio praticamente caminhando do Rio Grande do Sul a Pato Branco com o filho pequeno nos braços, ou a do senhor que caiu da carroça no caminho e quebrou o braço.
Outras curiosidades citadas por Sueli são: poucas ruas do município levam nomes femininos; 90% dos pioneiros que dão nomes as vias são naturais do Rio Grande do Sul; existe uma rua chamada Vereador José Antonio dos Santos, cujo nome não corresponde a nenhum vereador que tenha atuado no município; e o nome de José Cattani é encontrado em ruas nos bairros Parque do Som e Vila Isabel.
Uma homenagem aos que se foram
A própria Sueli diz que nunca cogitou a possibilidade de ter o nome de algum parente ou o seu em alguma rua, mas seu pai Natalino Dartora foi homenageado pelo então vereador Germano Corona com o nome em uma via do Bairro Fraron. “Acho que é uma homenagem legal, minha família gosta. Quando minhas irmãs ficaram sabendo para elas foi muito legal, até porque o nosso pai era um simples patroleiro da Prefeitura”.
Laurindo Cesa, cujo pai Antônio Cesa foi homenageado a pedido do Executivo em uma rua no Bairro Industrial diz “Meu pai nasceu em Santa Catarina, mas viveu em Pato Branco quase 60 anos. Ele apostou nesta região e aqui conseguiu criar os filhos e estabelecer todos eles de forma digna”, relembra.