Moderfrota aquece o mercado de máquinas agrícolas na região
As vendas de máquinas agrícolas voltaram a crescer na região, depois da decisão do governo federal de liberar R$ 800 milhões para o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota)
As revendas de máquinas estabelecidas em Pato Branco estão registrando um aumento considerável de procura e venda de tratores e colheitadeiras. Nesta época do ano, segundo empresários do setor, a procura maior é por tratores. Após o anúncio da liberação dos recursos, somente uma revendedora de máquinas comercializou mais de 50 tratores, todos através do Moderfrota.
Dados do Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo secretaria da Agricultura e do Abastecimento de Pato Branco, revelam que nos últimos 13 anos foram comercializados, na região Sudoeste, 1.773 tratores e 884 colheitadeiras. Um dos melhores anos de venda de máquinas, segundo o Deral, foi em 1994. Nessa época estava em vigor o Programa Panela Cheia.
Ao mesmo tempo em que as vendas foram boas, o índice de inadimplência cresceu assustadoramente, muitos agricultores chegaram a perder as máquinas, por não conseguirem quitar o débito com o agente financeiro. Em 94, as revendas comercializaram, no Sudoeste, mais de 753 unidades de tratores e 79 colheitadeiras.
Moderfrota – Esse programa foi implantado em 2000 e tem por objetivo a renovação da frota agrícola brasileira através de financiamento para aquisição de tratores, implementos associados, colheitadeiras e equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento de café com recursos financeiros oriundos do sistema BNDES/Finame.
O Moderfrota estava suspenso desde dezembro de 2002. Agora o Programa foi retomado com alterações em algumas regras. Para garantir a continuidade do programa, foram reduzidos os limites de renda do produtor e de financiamento, diminuído o prazo de pagamento e aumentada a taxa de juros.
Os agricultores com renda bruta anual de até R$ 150 mil pagarão juros de 9,75% ao ano e de 12,75% ao ano, quando a renda for superior a R$ 150 mil. Antes os juros eram de 8,75 % para a categoria de produtores cuja renda anual era de R$ 250 mil e de 10,75 % para quem tinha renda acima de R$ 250 mil.
Além do aumento da taxa de juros e limite de renda, o prazo para o financiamento também sofreu alteração. No caso de tratores o prazo para pagamento caiu de seis anos para cinco anos; na compra de colheitadeiras o prazo que era de oito anos agora é de seis anos. O limite de crédito também foi alterado: o valor do bem será 100% financiado para a categoria de produtores com renda até R$ 150 mil e aos demais o limite é de 80%.
Apesar dessas mudanças nas regras do programa, a expectativa da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) é de que o mercado de máquinas agrícolas continue aquecido, pois cerca de 90 % das vendas do setor é devido aos recursos desse Programa.
Segundo a Anfavea, a produção total de máquinas agrícolas em 2002 foi de 52.000 unidades, 18% superior ao volume produzido em 2001. Em 2002 as vendas internas atingiram 43.000 unidades, 19% acima das vendas de 2001.