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Francisco Beltrão
segunda-feira, 16 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

Muita fé, agradecimento e comida na Romaria de Nossa Senhora da Salette

Festa reuniu 15 mil fieis na comunidade do Rio Elias no domingo.

 

Pessoal carrega a imagem de Nossa Senhora da Salette, em Rio Elias, Renascença. 

Ajoelhados em frente à imagem de Nossa Senhora da Salette, o casal Paulo Roberto e Natália Ribeiro tinha um pedido e um agradecimento. “Os médicos me disseram que estou com começo de mal de Parkinson. Tenho fé que o tratamento e a devoção em Nossa Senhora vão me ajudar”, comentou ele, com o braço direito bastante trêmulo. “Ano passado vim pedir que Nossa Senhora da Salette tocasse o coração dos meus filhos, que estavam brigados. Hoje só vim agradecer que a minha família está unida novamente”, disse a emocionada Natália.

Natália (de joelhos) agradece a Nossa Senhora da Salette pela união familiar 
restabelecida, enquanto Paulo Roberto pede ajuda à santa no tratamento do Parkinson.

A mística do santuário de Nossa Senhora da Salette, na comunidade do Rio Elias, interior de Renascença, emocionou mais uma vez os milhares de fiéis que foram à romaria nesse domingo, 20. E o tema deste ano, “Salette, serva do Senhor”, confirma que a devota Natália estava no lugar certo.

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“Todos os anos, o tema apresentado está em consonância com a temática da Campanha da Fraternidade. Este ano, a campanha falava sobre a comunidade, sociedade e família. Maria deve ser modelo para nossas famílias exatamente porque servir é comprometer-se com dado novo. E ela é modelo porque, quando na família não se serve um ao outro, começam as competições, as maldades, a vingança, enfim, tudo aquilo que atrapalha. Então Maria é, sim, um dos grandes modelos para nossa sociedade”, afirmou o padre Geraldo Macagnan, administrador da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão e que presidiu a missa campal na manhã de domingo.
A expectativa da comissão organizadora era que ao menos 15 mil fiéis de todo o Sudoeste paranaense e Oeste de Santa Catarina, especialmente São Lourenço D’Oeste, passassem pelo santuário. “Embora a chuva de ontem à noite [sábado] talvez tenha frustrado alguns que estavam se programando pra vir, estamos contentes pela presença de um bom número de pessoas”, declarou o padre José Balbinotti, da comissão organizadora.

Fé e muita água benta
Ao todo, 12 padres da diocese de Palmas-Francisco Beltrão estiveram na festa auxiliando nas confissões e no altar campal. Os padres ouvidos pela reportagem do JdeB foram unânimes ao revelar que ouviram mais agradecimentos que pedidos dos romeiros.
Característica marcante da festa também é a fila para beber ou engarrafar um pouco de água benta. Segundo a organização, cada pessoa leva da gruta, em média, um litro d’água. Gente como Genuína Guollo, que chorou ao lembrar-se do filho caminhoneiro que se salvou de um sequestro. “Eu e meus netos, filhos do meu filho, nos ajoelhamos em frente à imagem pedindo pela libertação dele. Dois dias depois ele ligou dizendo que conseguiu fugir do cativeiro. Graças a Deus tudo ficou bem e eu vim agradecer Nossa Senhora da Salette”, contou Genuína.
Esta também é a rotina do construtor civil Angelim Rodrigues, 66, que há 15 anos vem de Pato Branco para visitar o santuário. “É a água que cura”, disse, com os olhos marejados, depois de beber e passar a água benta pelo rosto.
A escadaria na entrada do santuário também é lugar de penitência. “Vim de joelhos pedir pra ela me livrar da depressão e todo ano venho agradecer, de joelhos, a graça alcançada. Vale a pena. Eu falo que toda pessoa que vier até aqui pedir, vai ser atendida”, relatou Marizete Schumann, já no final do trajeto.

4 toneladas de carne e 5 mil pães
A Romaria de Nossa Senhora da Salette também é uma festa de comida. De acordo com os organizadores, pelo menos 1.230 espetos, cada um com três quilos de carne de gado, já assavam na churrasqueira – de mais de 50 metros de extensão – até as 11h da manhã. Além do churrasco, 5 mil pães, 300 cucas e 50 bolos foram preparados para o almoço, que consumiu ainda 400 pés de alface, 20 caixas de tomate e 15 sacas de repolho. 

Todo ano Marizete Schumann sobe de joelhos a escadaria do santuário para agradecer a cura da depressão.

 

 

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