Manifestação acontece por tempo indeterminado e foi motivada pela alta no preço do óleo diesel. No Paraná, Justiça Federal determinou multa de R$ 100 mil por hora para os organizadores.
A mobilização de caminhoneiros que acontece em todo o País desde ontem também afeta o transporte de cargas em importantes entroncamentos da região Sudoeste. Em ao menos quatro pontos de rodovias estaduais e federais foram realizados bloqueios, mas em todos é liberada a passagem de veículos de passeio e ônibus.
Em Realeza, por exemplo, o primeiro bloqueio aconteceu no trevo de acesso à cidade na PR-182. Durante a tarde de ontem, os manifestantes mudaram o piquete para outro trevo próximo, na mesma rodovia. Ali, só era permitida a passagem de veículos de passeio, ônibus e caminhões com carga perecíveis e não houve tumulto, nem incidentes, segundo informou a Polícia Rodoviária Estadual. Outra rodovia estadual com bloqueio é a PR-471, próximo à cidade de Nova Prata do Iguaçu.
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Na BR-163, em Capanema, uma das principais ligações do Mato Grosso do Sul com Santa Catarina e Rio Grande do Sul, tem manifestação dos caminhoneiros. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, próximo ao trevo de acesso a Mangueirinha, na BR-373 em Coronel Vivida, também há um local de concentração de caminhoneiros grevistas e o bloqueio da passagem de alguns tipos de caminhões.
Num dos locais de concentração, um caminhoneiro furou o piquete montado pelos manifestantes e seguiu pela pista com a sua carreta. Há, também, motoristas que aderiram à paralisação e estão com os caminhões parados à beira das estradas e em postos de combustíveis.

Diesel mais barato e isenção do eixo suspenso
A mobilização foi definida por diversas entidades nacionais e do Paraná que representam os transportadores, ainda na semana passada. A categoria pede que o governo federal ajude a amenizar os custos com frentes com dois principais pedidos: um é a redução do preço do óleo diesel, desonerando parte da carga tributária sobre o combustível; a outra é a isenção da cobrança do chamado eixo suspenso (quando o caminhão roda vazio) em praças de pedágios.
Decisões preveem multa para organizadores
Contatado pelo JdeB, o sindicalista Janir Bottega, uma das lideranças do setor na região, disse que está com seus caminhões parados em um posto, mas que o Sinditac (Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga do Sudoeste do Paraná) obedece uma decisão judicial e não organiza qualquer tipo de manifestação que bloqueie as rodovias.
O chamado interdito proibitório concedido pela Justiça Federal do Paraná prevê multa de R$ 100 mil por hora a quem promover o bloqueio de qualquer trecho de rodovia. O pedido foi feito pela Advocacia Geral da União (AGU).
Além da decisão judicial, há também uma medida provisória promulgada em 2015 – quando houve uma greve de caminhoneiros – que prevê multa de R$ 19.154 a quem organizar bloqueios em rodovias.