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Francisco Beltrão
sexta-feira, 06 de junho de 2025

Edição 8.220

06/06/2025

No Dia Mundial de Saúde Mental, pacientes se confraternizam

 

Pessoal participa de uma das atividades da gincana.

 

Pacientes atendidos pelo Centro de Atenção Psicosocial (Caps) Álcool e Droga (nível 3), da Associação Regional de Saúde do Sudoeste (ARSS), e o Caps de Marmeleiro, reuniram-se no centro comunitário do bairro Passarela, em Marmeleiro, para a confraternização alusiva ao Dia Mundial de Saúde Mental. Todos os pacientes das duas instituições de saúde foram convidados para o evento, que se estendeu por todo o dia.  Alguns familiares dos pacientes também participaram das atividades. 

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Alunos do projeto de Arte Circense, da Escola Oficina, e integrantes do Coral de Idosos, ambos de Marmeleiro, apresentaram-se durante a confraternização, que teve ainda gincana, exposição de produtos confeccionados pelas oficinas dos Caps e almoço. Foram distribuídas camisetas para as pessoas atendidas pelos centros especializados. As pessoas estavam bem animadas, principalmente durante a gincana. 

O Caps Álcool e Droga, instalado há quatro meses, em Marmeleiro, já atendeu mais de 150 pacientes, de faixas-etárias bem variadas. Há desde adolescentes de 14 anos a pessoas idosas atendidas. Conforme informações de funcionários do órgão público, a maioria dos pacientes em tratamento tem o apoio dos familiares, fator fundamental para a recuperação. 

Trabalho de ajuda às pessoas
A diretora do Caps A/D, enfermeira Roseli Newton, relata que as pessoas que precisam de tratamento “chegam pra nós desacreditados neles próprios e o nosso trabalho é ajudar a trazer eles de volta (à sociedade), recuperar a autoestima, a estima familiar e o trabalho, com eles, para que oportunamente voltem ao convívio social e ao trabalho”. 

Paralelamente ao atendimento médico e dos demais profissionais de saúde aos pacientes, a instituição mantém oficinas de artesanato, terapêutica, de assistência social e cidadania. Assim, as pessoas podem começar a ocupar seu tempo, se sociabilizar e recuperar a autoestima. “O próximo passo é a implantação das oficinas de geração de renda, com estampas e camisetas e a confecção de fraldas descartáveis”, informa Roseli. 
Os pacientes que auxiliarem nas oficinas de geração de renda vão receber, em troca, cestas básicas para as suas famílias. 

Entre os pacientes atendidos está a aposentada Antoninha Salvador da Rosa, de Santa Izabel do Oeste, que se trata de depressão há dois anos. Ela vinha recebendo atendimento no Hospital de Santa Izabel e agora vem ao Caps de Marmeleiro para as consultas médicas. 

Ela diz que se sente melhor com o tratamento no centro especializado. Dona Antoninha se divertiu durante a confraternização de sexta-feira e destacou a iniciativa dizendo que “é bom, porque as pessoas ficam com saúde”. 
Atendida pelo Caps local, a agente de saúde aposentada Maria Geni Wolfrt conta que há 21 anos sofre de depressão. Mas, agora, está se sentindo bem. “Com o Caps a gente tá aprendendo a se recuperar pra um dia sair do Caps vitorioso. Eu morava em Cuiabá, o meu ex-marido não queria que eu trabalhasse fora, e lá tinha que deixar a casa toda fechada, aí eu entrei em depressão, não quis mais ele (o marido) e vim embora”, relata. 
Ao longo dos anos, ela passou por tratamentos em hospitais de Cuiabá, Cascavel, Marechal Cândido Rondon e São Lourenço D´Oeste. Nos últimos anos vinha frequentando o Caps de Beltrão, mas como abriu o Caps de Marmeleiro, onde ela mora, começou a recorrer à clínica local. “Agora me sinto bem, tenho feito um monte de coisas”, diz. 

André está reconstruindo sua vida
 André Júnior Gaides, 31 anos, morador em Barracão e há quatro meses frequentando o Caps A/D, está reconstruindo sua vida. Depois de anos de dependência química e álcool. Seu pai e seus irmãos não o aceitavam mais em casa. 

Perdeu emprego e a esposa. “Só perdi, não ganhei nada”, conta, ao lembrar dos anos de sofrimento para si e seus familiares devido ao envolvimento com as drogas. 

Decidido a dar a volta por cima e se tratar, esteve no Caps A/D e conversou com a diretora Roseli Newton e foi acolhido. Ele comparou Roseli a um anjo. “Se eu te fizesse um último pedido, você atenderia?”, perguntou, ao chegar no Caps. Ela o acolheu e o encaminhou para o atendimento especializado. 

Aos poucos está recuperando a confiança das pessoas e o pai o acolheu em sua agroindústria, para trabalhar. Os filhos também se aproximaram dele, tanto que estiveram na confraternização de sexta-feira. Nas próximas edições o JdeB vai contar mais sobre a história de André. 

 

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