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Francisco Beltrão
sábado, 24 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Nos 20 anos da Festa do Vinho e do Queijo, um balanço da atividade

 

 

Queijos, salames, vinhos, chimias cucas, pães, suco de uva, graspa e cachaça, alguns dos produtos fabricados por pequenas agroindústrias particulares de Salgado Filho e que fazem sucesso na região. 

 

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A Festa do Vinho  e do Queijo chega,  neste final de semana, à sua 20 edição. O cultivo de parreiras, no entanto, começou em 1987, na gestão do prefeito Sperandio De Conto (1983-1988). Na década de 80 se falava do potencial de Salgado Filho para a produção de vinhos coloniais. O que faltava era o impulso para a produção de vinhos e embutidos de carne suína, derivados da cana de açúcar e do leite, vocações do município. Hoje, os desafios são outros: a padronização, legalização da produção e a escassez de trabalhadores no meio rural. 

Algunso dos pioneiros da atividade
Na década de 90 aconteceu a instalação de uma cantina comercial, cujo prédio perttencia à prefeitura e foi cedido à família de Nelson Sugari. Mas outras famílias também se dedicavam à produção de vinhos caseiros: o próprio Sperandio De Conto, José Dalle Laste, Giácomo “Jacó” Dalle Laste, Amarildo Grosbelli, entre outros. O apoio à vitivinicultura passou a ser uma constante das administrações municipais. Os parreirais foram ampliados e a produção de vinhos também. 

Deoclécio Maraschin, um dos mais antigos extensionistas rurais de Salgado Filho, conta que “nós começamos o plantio há 27 anos, através de uma pesquisa da Embrapa de Bento Gonçalves, que direcionou o plantio de uvas e as variedades indicadas naquela época. Nós, hoje, estamos trabalhando em cima da variedade Bordô, que é a variedade mais plantada no município, e a Niágara branca e um pouco de Rosê”. 

 

Cezar Zanin, coordenador da Festa; Astério Marchetti, secretáro de Agricultura;
e Oneide Debastiani, presidente da Coafasp.

 

Momentos diferentes
Nestas duas décadas, houve períodos em que a viticultura se desenvolveu mais e outras menos. Deoclécio comenta que “em relação a todo este período de trabalho (mais de 20 anos) eu acho que houve períodos onde a atividade desenvolveu mais e houve períodos em que ela estagnou. Mas, assim, num termo geral, pro pequeno produtor é uma alternativa muito boa e uma fonte de renda muito boa. Hoje 70 produtores rurais se dedicam à produção de uvas. 

A maioria do pessoal cultiva a variedade Bordô, porque ela pode ser utilizada na fabricação de vinhos e sucos e in-natura. “O produtor que se dedicar à variedade Bordô tem mercado certo, principalmente hoje, com a merenda escolar, o suco foi introduzido nas escolas”, comenta o técnico. 

A administração municipal continua garantindo a assistência técnica aos viticultores, desde a escolha das mudas, passando pelo plantio, a colheita e na elaboração dos sucos e vinhos direcionados para que se tenha uma melhor qualidade e esteja dentro dos padrões exigidos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
As cantinas coloniais se estruturaram e estão buscando a legalização perante o Mapa para poder comercializar a produção. A safra de uva local não vem suprindo a demanda dos vitivinicultores salgadenses. Por isso, uma parte das uvas é comprada em Flores da Cunha (RS) e Bituruna (PR) e de outros municípios paranaenses. 

Maior demanda
Otimista, Deoclécio diz que será necessário uma maior quantidade de uvas para atender à demanda das cantinas. “E acredito que nos próximos anos nós vamos precisar (mais), porque o consumo de vinho do nosso produtor lá de Salgado Filho vem aumentando, e o comércio, com a legalização (das cantinas), através do Mapa, nós conseguimos introduzir nos supermercados. Então, acredito que vai aumentar muito a venda do nosso produtor lá de Salgado Filho”, aposta.  

A inclusão do suco de uva no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) está dando uma outra oportunidade de renda e ampliação da produção de uvas. Deoclécio observa que a perspectiva é das melhores, “porque certamente vai aumentar o consumo; então, o produtor pode ampliar a produção, pode trabalhar mais em cima desta variedade (uva Bordô) que vai ter bom lucro”. 

Em relação ao trabalho das  agroindústrias, o técnico considera uma boa alternativa para as pequenas unidades produtoras rurais. “Acho que é uma alternativa muito boa dentro da agricultura familiar, você, tendo uma agroindústria, você se dedicando com a sua família, certamente ela te traz um bom retorno”.

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