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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

O Hospital Pró-Vida não é municipal, mas depende quase que 100% do poder público

Casa de saúde recebe investimentos das prefeituras de Dois Vizinhos e Boa Esperança do Iguaçu, do governo estadual e de algumas empresas.

 

O Hospital Pró-Vida, que recebe repasses de valores da administração muncipal de Dois Vizinhos.

 

O Hospital Pró-Vida, de Dois Vizinhos, não é municipal, entretanto, depende quase que integralmente do poder público. Atualmente, a casa de saúde tem parceria com os municípios de Dois Vizinhos e Boa Esperança do Iguaçu, governo do Estado, além de empresas como a BRF, Sanepar, Copel e alguns atendimentos particulares que são feitos. 

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Os investimentos são altos. “Hoje, recebemos R$ 40 mil do governo do Estado, que é uma transferência da média e alta complexidade. Temos também algo em torno de R$ 7,5 mil do Programa Mãe Paranaense, que é um projeto que busca minimizar a mortalidade infantil. O custo do hospital é acima de R$ 400 mil. Dois Vizinhos repassa em torno de R$ 250 mil, mais o faturamento da Autorização de Internamento Hospitalar, que é em torno de R$ 100 mil, e mais uns convênios com empresas e o município de Boa Esperança. Além disso, tem alguns atendimentos particulares, porque ele é constituído como privado e, por isso, ele recebe investimento público e privado”, conta o prefeito de Dois Vizinhos Raul Isotton (PMDB). 

A administração é independente, supervisionada por um conselho diretor composto por 11 integrantes da sociedade, com o presidente nomeado pelo prefeito. “A gente autoriza investimentos, supervisiona as contas e busca ajudar o hospital nas suas dificuldades. Desde o começo, a grande dificuldade são os repasses públicos. Hoje, o Estado está com algumas parcelas atrasadas e isso dificulta nosso trabalho”, diz Marcos Vivan, presidente do conselho. Atualmente, o corpo clínico está quase completo. “Estamos conseguindo solucionar os problemas, que, na maioria dos casos, é a falta de profissionais e de dinheiro”, completa o presidente. 

O hospital passou, recentemente, por grave crise financeira e quase foi fechado no início de 2013. “Fizemos cinco reuniões. Uma equipe queria fechar, outra bateu o pé para não fechar, mas foi difícil. Teve momentos depois que a gente pensava que tinha que ter fechado e recomeçado”, lembra o prefeito. “A questão financeira estava complicada, tinha mais de R$ 1 milhão de dívida e nenhuma negativa. Muitos médicos tinham a receber, por causa das Darf, e isso gerou um descrédito. Foi difícil convencer os médicos a vir trabalhar numa estrutura falida e desacreditada. Só de título no cartório, tinha duas folhas protestadas”, conta Márcia Frigotto, atual secretária de Administração que já foi diretora do hospital.

Outra dificuldade encontrada pelo hospital é trazer profissionais para a cidade. “A dificuldade, num município menor, é de o médico fixar residência aqui. Existe uma falta de médicos hoje no mercado. O Programa Mais Médicos (governo federal) já resolveu muito do problema que nós tínhamos na saúde básica, mas gostaríamos que o governo ampliasse trazendo especialistas”, diz o prefeito. Ele comenta que a equipe, atualmente, está quase completa. “Já temos anestesista, um pediatra que já está contratado que faz plantão 24 horas, temos dois obstetras, tem outros dois médicos para cobrir os plantões. Estamos em busca de médicos para acertar a parte de ortopedia e começarmos a investir nesse setor e um cirurgião geral”, ressalta. 

A administração já planeja ampliar o Pró-Vida. “Temos ideia de fazer ampliações porque Dois Vizinhos já está um polo e nós temos que ter segurança. Como nós temos uma unidade que tem cerca de 40 leitos, vamos investir em torno de R$ 2 milhões, ampliando o número de leitos. Queremos poder atender as pequenas cirurgias eletivas para não precisar levar para fora o paciente. Se não der com financiamento do governo, fazemos com recursos próprios. Vamos ter que ampliar o número de plantonistas e tudo mais. No futuro, vai ficar bom porque vamos ter a UPA em um ano, que vai ficar aberta 24 horas, atende como pronto socorro. Tudo vai ser direcionado para lá”, conclui o prefeito.

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