Em 2020 ele completa 25 anos na profissão.

Há 25 anos Olívio Volpato, 64 anos, está na boleia. Nascido em Francisco Beltrão – Linha Volpato –, Olívio pertence à família tradicional e morou durante anos no interior. Os pais dele tiveram 16 filhos. Olívio se criou no interior e trabalhou durante anos na agricultura. Na década de 1990, depois de problema de saúde, Olívio decidiu ser caminhoneiro.
Ele trabalhou durante 20 anos para produtores rurais, em lavouras de Campo Erê (SC) e Sorriso (MT). “O veneno me derrubou”, conta. Por causa dos agrotóxicos teve de fazer tratamento de saúde. Diante do problema, decidiu se tornar caminhoneiro. “Já tinha um Mercedinho, decidi ir pra estrada”.
Volta para o Sudoeste
Como caminhoneiro começou puxando frete de grãos do interior para as cerealistas da cidade de Sorriso, onde residiu por 17 anos. Depois de um tempo veio morar em Marmeleiro. Fez sociedade com o cunhado Valdir Peruzollo na compra de um caminhão/cavalinho Volvo 340. Os cunhados mantiveram a sociedade por um ano. Depois, o empresário Luiz Bandeira comprou a parte de Vanderlei no caminhão.
Tempos depois Olívio comprou a parte de Luiz Bandeira e passou a fazer principalmente a rota Sorriso – Paranaguá. Na vinda do Mato Grosso ele trazia grãos ao Porto de Paranaguá e retornava com insumos agrícolas (adubos e defensivos).
Rotas que fazia
Passou um bom tempo fazendo a rota entre Mato Grosso e Paraná. Mas também transportava grãos da Olvepar, de Clevelândia, durante a safra de soja. Após o término da colheita na região, ele puxava fretes de Paranaguá pra Sorriso. Olívio chegou a ter dois caminhões Volvo, mas vendeu os dois e comprou um Volvo FH 440 com o qual continuou trabalhando até vendê-lo.
Vendeu o cavalinho FH 440 pra comprar outro, mas decidiu segurar. “Era uma dívida eterna”, opina. É que o caminhão precisa de manutenção constante, compra de pneus e peças e as despesas com óleo Diesel são altas. Apesar disso, o motorista diz que gostava do FH 440. “Era mais potente e mais confortável de trabalhar”.
Mudança de rumos
Vendeu o caminhão, mas se mantém na boleia. Ele passou a prestar serviços avulsos para empresários que possuem caminhão. Faz viagens longas do Sudoeste do Paraná para outras regiões e estados do Brasil. Olívio casou-se com Celestina e desta união nasceu o filho Emanoel. Quando era pequeno, Emanoel viajava com o pai – essa rotina foi até os 6 anos. Atualmente ele mora em Marmeleiro e trabalha numa empresa. Agora, quem viaja com o motorista é a esposa Celestina. Para o caminhoneiro, tendo uma companhia no caminhão o tempo passa mais rápido.
Ao longo de 25 anos de boleia, Olívio nunca sofreu acidente de trânsito. Só uma vez ele saiu da pista. O caminhão teve de ser puxado por um guincho.
Para coroar os mais de 20 anos de profissão, na Festa dos Colonos e Motoristas de 2019, Olívio foi eleito Rei dos Caminhoneiros. A promoção é da Associação dos Transportadores Autônomos de Marmeleiro (Atram) para valorizar a categoria. “É uma brincadeira sadia, uma promoção gostosa”, afirma o caminhoneiro, que ficou contente com a honraria.
Olívio gosta da profissão e já conheceu muitos lugares. Mas, diz que conhece mais as estradas, pátios de postos de combustíveis e os locais onde carrega ou descarrega. Praticamente não entra nas cidades e outros locais. Atualmente faz muitos fretes para Santarém (PA) – leva feijão e traz milho. Mas o lugar para onde vai levar a carga depende do empresário que o contrata como free lancer.
Cuidados com o coronavírus
No momento, a preocupação no Brasil é com o contágio do novo coronavírus. Olívio também está preocupado. Ele diz que na região Norte poucos estão se cuidando. Olívio usa álcool em gel e procura não se misturar muito com outras pessoas.
“Gosto de ser motorista. Queria dar uma parada, mas gosto da vida de caminhoneiro”, diz Olívio.