Foi a 4ª ação desenvolvida pelo Fórum Regional das Organizações e Movimentos Populares do Campo e da Cidade do Sudoeste do Paraná, neste ano.
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O Fórum Regional das Organizações e Movimentos Populares do Campo e da Cidade do Sudoeste do Paraná, o Comitê Resistência e Solidariedade, Diocese de Palmas-Francisco Beltrão e a Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil doaram, na quarta-feira, dia 16, 12 toneladas de alimentos, cerca de 430 cestas, a famílias do Sudoeste.
A ação é resultado de uma campanha de solidariedade, em que várias organizações do campo e da cidade, além das paróquias dos bairros e comunidades, se envolveram na arrecadação de alimentos e brinquedos. Foram beneficiadas famílias da Casa da Paz, em Dois Vizinhos; famílias de uma ocupação urbana que lutam pela regularização de suas áreas, em Clevelândia; famílias do Bairro Padre Ulrico, em Francisco Beltrão; comunidades indígenas dos municípios de Vitorino e Coronel Vivida e o Hospital e Lar dos Idosos, de Clevelândia.
“Essas cestas vêm em uma hora bem necessária, e eu tenho a certeza na diferença que vai fazer na família das nossas crianças, pela dificuldade, muitas vezes, dos pais conseguirem o alimento, um doce, a própria fruta e a verdura. Então acredito que para os pais vai contribuir para que eles consigam ofertar um Natal mais digno para as nossas crianças”, disse Cristiane Geremias, coordenadora da Casa da Paz, em Dois Vizinhos.
Bênção
A ação começou pela manhã com uma bênção dos alimentos arrecadados. O bispo dom Edgar Xavier Ertl, da Igreja Católica, e a missionária Ana Aline, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, enfatizaram que as ações de solidariedade fazem parte da luta maior para combater a desigualdade social existente no mundo.
“A grande obra de Deus é exatamente isto que foi dito aqui, a solidariedade. A solidariedade é a partilha, é a comunhão, é a cumplicidade de quem passa fome. A solidariedade é uma resposta não só sociológica, mas também é uma resposta teológica para um dos piores problemas da humanidade, exatamente a desigualdade social”, disse dom Edgar Xavier Ertl.
Para a missionária Ana Aline, com a pandemia do coronavírus, a desigualdade social ficou em evidência. “É difícil, a luta muitas vezes é cansativa, porque nós vivemos num País de desigualdade, num País onde as pessoas que não têm voz são silenciadas mais uma vez, e agora, com a Covid, tudo isso veio mais à tona. A quantidade de pessoas moradoras de rua, pessoas com dificuldade financeira, ficou mais em evidência”, destacou a missionária.
“De trabalhador para trabalhador”
Esta é a quarta ação de solidariedade que o Fórum Regional, organizações populares e o Comitê Resistência e Solidariedade realizam desde que iniciou as campanhas de solidariedade, em abril. Ao todo, já foram arrecadadas mais de 100 toneladas de alimentos, beneficiando aproximadamente 3,7 mil famílias da região.
“É uma solidariedade de trabalhador para trabalhador, onde aquilo que é produzido pela agricultura familiar, produtos também das cooperativas, são adquiridos e destinados para essas ações de solidariedade”, enfatizou Paulo Roberto Czecalski, da coordenação do Fórum Regional.
Apesar da ação, Czecalski disse que ela não exime a responsabilidade do Estado em garantir os direitos sociais básicos.
“Aquilo que nós pudermos contribuir nesse momento, fazer o debate, e continuar fazendo a luta defendendo os direitos, e que tenhamos uma alimentação saudável de qualidade, e que todos também tenham trabalho, dignidade para poder acessar esses alimentos com mais qualidade, e que tenham um Natal, e um fim de ano mais solidário e igual para todos”, defendeu Paulo.
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