Bloqueio em Realeza formou cerca de seis quilômetros de fila na tarde de ontem.

mas pneu queimou até a manhã de ontem.
Foto: Beto Rossatti
No 4º dia de manifestação de caminhoneiros pelo País, apenas um município do Sudoeste tem ponto de bloqueio. A manifestação começou na terça-feira, e os motoristas chegaram a fechar rodovias em Nova Prata do Iguaçu, Clevelândia e Realeza. Houve também um princípio de bloqueio em Marmeleiro, mas, segundo a Polícia Rodoviária de Francisco Beltrão, não houve paralisação.
O bloqueio em Nova Prata foi suspenso ainda na terça-feira. O de Clevelândia, que se formou na quinta-feira durou até a noite do mesmo dia. O único ponto de bloqueio que segue é em Realeza, com motoristas paralisando trevos de saída da cidade nas rodovias PR-182 e PR-281. Não há previsão para o término dessa manifestação e, na tarde de ontem, a Polícia Rodoviária em Realeza indicou que a manifestação chegou a causar uma fila de cerca de 6 quilômetros. Apesar disso, os policiais dizem que a manifestação é tranquila, com apenas algumas discussões, mas nada sério. A previsão era de liberação do trecho à meia-noite, mas a previsão era de recomeçar na manhã de hoje.
A manifestação é contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis, por mais segurança nas estradas (não ao corte de verbas da Polícia Rodoviária Federal e Polícia Federal), aprovação do preço mínimo do frete e aposentadoria diferenciada para caminhoneiros.
Além disso, condena a corrupção nas várias esferas governamentais. Lideranças ainda indicam que a manifestação deveria ser feita por toda a sociedade, já que o aumento dos impostos e a corrupção são problemas que afetam a todos.
Caminhoneiros liberam bloqueio em Clevelândia
Por Beto Rossatti
O dia de ontem amanheceu com filas quilométricas e trânsito lento na PR-280, entre Mariópolis e Clevelândia. Caminhoneiros que passaram a noite estacionados no trevo de Clevelândia retomaram a viagem na manhã de ontem. Uma fogueira ardeu durante toda a noite, bloqueando a pista. Na manhã de ontem ainda havia fogo e um monte de pneus na beira da pista, e o trânsito fluía ainda vagarosamente.
A comissão de greve acredita que mais de 500 caminhões ficaram parados no bloqueio que em determinadas horas da noite não permitiu sequer a passagem de ônibus e carros. Sargento Jairo, da 6ª Companhia de Polícia Rodoviária Estadual, destacou que o bloqueio só foi liberado às 23 horas, quando a polícia interviu. Em alguns momentos a situação ficou tensa, com caminhoneiros que preferiam seguir viagem na noite fria, o que exigiu grande sacrifício de todos obrigados a ficar parados.
O caminhoneiro Celso Santos, dois anos de estrada e um dos líderes do movimento, disse que a classe está agindo na defesa de toda a sociedade, que está castigada pela corrupção, impostos e inflação. “A gente sabe que é um sacrifício ficar na beira da estrada, mas se não agirmos onde vamos parar com tanto desmando neste País?”, desabafou. Até o fechamento desta edição o trânsito fluía normalmente na PR-280.