Mais um passo na luta contra a mudança sugerida pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Agilberto Perin (Itapejara D´Oeste), Nilson Faversini (Bom Sucesso do Sul) e Elídio de Moraes (Mangueirinha).
Foto: Badger Vicari/JdeB
A assembleia da Amsop de ontem reforçou a luta pela manutenção das zonas eleitorais do Sudoeste. Um manifesto nesse sentido será encaminhado ao TRE e ao TSE. A mobilização regional tem sido ininterrupta.
“Uma mudança nisso é uma palhaçada, parece que querem desviar a atenção; o País deveria debater reformas necessárias, debater a saúde e os problemas dos município com a falta de verba; a educação, o transporte… e não gastar energia se mobilizando contra a tentativa de mudança no que está dando certo”, disse o prefeito de Francisco Beltrão, Cleber Fontana (PSDB), bastante irritado com a decisão do TSE de querer extinguir zonas eleitoras.
O presidente da Amsop, prefeito de Coronel Vivida Frank Schiavini (PMDB), também estava brabo, e ironizou: “a economia que o TSE diz fazer com essa resolução é de R$ 13 milhões [menos de 0,5% do orçamento da Justiça Eleitoral], e, vejam, o mesmo valor foi prometido pelo Governo Federal para o carnaval do Rio de Janeiro; é uma palhaçada”.
A resolução do TSE prevê o fechamento de 80 zonas eleitorais no Paraná (que tem 200). O risco maior de fechamento no Sudoeste atingiria Barracão, Chopinzinho, Mangueirinha, Salto do Lontra e Santo Antônio do Sudoeste.
“Seria um desserviço à democracia, à população”, resumiu a juíza eleitoral de Dois Vizinhos, Micheli Franzoni, presente no encontro. Ela comanda a 115ª zona eleitoral, que congrega também Cruzeiro do Iguaçu, Boa Esperança do Iguaçu e Verê.
Ela disse que se for tudo isso confirmado ainda não se sabe o desdobramento prático, mas certamente muitos municípios serão incorporados a outros, que manterão a mesma estrutura para um universo maior de eleitores.
“E isso vai prejudicar o atendimento”, previu Micheli. No entanto, ela acredita que se a mobilização continuar, seja no Paraná – “que largou na frente nesse sentido”, sublinhou – e no Brasil, há chance de a resolução não ser aprovada. Ou ser postergada. Ou ter mudanças.
“Se extinguirem em capitais, tudo bem, para a população está na mesma cidade, mas para uma região como o Sudoeste, a mudança acarreta muitos problemas, o eleitor ter de ir a outro Município mais distante”, analisou.
Mobilização pode alterar resolução
As lideranças acreditam que toda mobilização que está sendo feita, inclusive com o envolvimento da Amsop e AMP, em conjunto com prefeitos, vereadores e juízes, o próprio TRE do Paraná, a decisão do TSE, que considera critérios demográficos para a extinção das zonas eleitorais, pode ser revisto e todas as estruturas mantidas.
“Uma série de instituições estão envolvidas na mobilização para que as atuais estruturas sejam mantidas e continuem existindo, principalmente a Amsop. Ainda estamos debatendo isso e acreditamos que essa discussão seja superada, tendo em vista que o modelo proposto pelo TSE prejudica o sistema democrático”, disse o prefeito de Coronel Vivida e presidente da Amsop, Frank Schiavini (PMDB).
Frank também destacou os cerca de 25 prefeitos presentes no encontro, revelando comprometimento dos chefes de executivo com as pautas regionais da entidade.