Secretário Valdir Rossoni defende a proposta dos pedágios. “O Sudoeste tem como esperar mais dez, 20 anos por uma rodovia de qualidade apenas com investimentos públicos? Eu penso que a região não tem este tempo”, disse.

Pato Branco, sobre o pedágio na PR 280. Ele defende a proposta do consórcio.
Fotos de Beto Rossati/JdeB
A audiência pública sobre o projeto de privatização da PR 280 – Corredor Sudoeste -, na tarde de ontem, 7, em Pato Branco, teve a coordenação do secretário estadual Valdir Rossoni (Casa Civil). O plenário da Câmara estava lotado, com a presença de lideranças empresariais, comunitárias e políticas, além dos deputados estaduais Guto Silva (PSD) e Nereu Moura (PMDB).
As entidades entregaram ao secretário estadual dos Transportes, Mario Stamm Júnior, um estudo sobre as reformas necessárias para a rodovia. Na abertura da audiência houve uma apresentação técnica do projeto.
Valdir Rossoni disse que a proposta de concessão está apresentada frente à necessidade de investimentos para deixar a rodovia em condições de atender as demandas da economia regional. “Seriam necessários recursos na ordem de R$ 3,3 bilhões em investimentos, contemplando as duplicações, contornos de cidades, sinalização e segurança, tudo o que uma rodovia moderna precisa; esse dinheiro o Estado não tem”, afirmou.
As audiências públicas estão acontecendo na região para ouvir a população e saber se ela quer esta forma de solução para o problema. Ao ser questionado sobre a possibilidade da população dizer não à privatização, Rossoni disse que esta vontade será respeitada.
“Nós vamos então pegar os R$ 200 milhões e investir nas reformas paliativas da rodovia, mas é isto que a população quer?”, perguntou. Rossoni disse que é preciso grandeza e não é hora de discurso político. “Temos que discutir tecnicamente a questão, e ver se o Sudoeste tem como esperar mais dez, 20 anos por uma rodovia de qualidade apenas com investimentos públicos? Eu penso que a região não tem este tempo”.
Por fim, ele afirmou que os preços dos pedágios ficarão 30% mais baratos que os valores do Anel de Integração.
Para o Corredor Sudoeste estão previstas seis praças de pedágio – Realeza, Ampere, Francisco Beltrão, Renascença, Clevelândia e Palmas. Hoje, a audiência pública será na Amsop, às 9, em Francisco Beltrão.
Pontos da proposta
Pela proposta do DER, serão acrescidos 1,4 milhão de metros quadrados na rodovia, o que garantirá um aumento de aproximadamente 40% em sua capacidade de tráfego.
Isso porque o projeto prevê a construção de 170 quilômetros de terceira faixa, duas novas pontes, construção do contorno viário de Marmeleiro, duplicação da travessia urbana de Realeza, implantação de vias marginais em Francisco Beltrão e Pato Branco, construção e remodelação de 17 trevos, construção de oito trevos com viadutos, reforço e alargamento das oito pontes existentes atualmente e instalação de 107 pontos de ônibus ao longo de todo o corredor.
O Corredor Sudoeste cortará 11 municípios da região – Realeza, Ampere, Santa Izabel do Oeste, Francisco Beltrão, Marmeleiro, Renascença, Vitorino, Pato Branco, Mariópolis, Clevelândia e Palmas. Além das obras previstas na melhoria do tráfego ao longo de todo o trecho, esses municípios serão diretamente beneficiados com um acréscimo de R$ 250 milhões em suas receitas ao longo dos próximos 25 anos, período proposto para a concessão, relativos ao ISSQN que o CMP vai gerar.

DER apresenta proposta de empresas para assegurar investimentos de R$ 3,3 bi
Assessoria – O Paraná poderá ser o primeiro Estado brasileiro a ter uma concessão rodoviária de Corredor de Médio Porte (CMP). A modalidade, ainda nova no Brasil, nasceu da iniciativa do Governo do Estado do Paraná, por meio do DER, após apresentação de estudos por parte de um grupo de empresas paranaenses que se uniram em consórcio.
Ao todo, mais de 50 profissionais das áreas pública e privada foram envolvidos nesse trabalho. O projeto prevê investimentos na ordem de R$ 3,3 bilhões para melhorar as condições de tráfego ao longo de 285 quilômetros de estradas entre os municípios de Realeza e Palmas.
Maior produtora nacional de aves e segunda maior bacia leiteira do País, a região reivindica há anos melhorias em sua infraestrutura de transporte. Com a proposta do CMP 280, como o projeto foi batizado, a região começa a ver luz no fim do túnel.
Com o slogan “Uma nova rodovia, por um Sudoeste melhor”, o Corredor está sendo apresentado oficialmente ontem e hoje.