
O empresário Humberto Toscan, dono de dois postos de combustíveis em Beltrão e de transportadora de gasolina, diesel e álcool para outros três postos de Beltrão e Dois Vizinhos, lembra que este aumento na venda de óleo diesel se deve a vários fatores. O primeiro deles é que no começo de 2015 aconteceu a greve dos caminhoneiros autônomos. Durante 15 dias o fornecimento de combustíveis para os postos de combustíveis ficou prejudicado. “Então, por isso, deu esses 7% [de aumento no primeiro bimestre de 2016]”, comenta.
Humberto, no entanto, observa outros fatores influenciaram no aumento das vendas de diesel. A colheita da safra de soja nos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul atrasou. No Paraná, como 2016 é o último ano do plantio da safrinha de soja – período de cultivo de fevereiro a maio -, muitos produtores rurais anteciparam a colheita da primeira safra para fazer a segunda safra. “Por isso aumentou um pouco [a venda de diesel]”, disse.
O bom desempenho do agronegócio e das agroindústrias – aquelas que transformam as matérias-primas em produtos processados – também explicam o bom desempenho do primeiro bimestre na venda do diesel. “A gente percebe que o agronegócio e as agroindústrias é que dão suporte às vendas. O cenário é bom pra isso”, sublinha.
Investimentos continuam
Algumas cooperativas das regiões Oeste e Norte continuam investindo em novos projetos de transformação de matérias-primas. E um outro fator: os bons preços da soja ajudam bastante nos negócios dos produtores e na circulação de cargas entre regiões e Estados. Humberto Toscan lembra há um maior consumo de óleo diesel principalmente no interior do Rio Grande do Sul, Oeste de Santa Catarina e Oeste e Sudoeste do Paraná. Estas regiões abrigam várias agroindústrias que precisam de grandes quantidades de milho. Como a produção destas regiões não é suficiente para a demanda das indústrias. Assim, elas se obrigam a comprar a produção de milho ou soja dos Estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para a transformação em rações que alimentam os rebanhos de suínos, peixes, perus e frangos. “Então, isso acaba gerando o consumo de óleo diesel”, salienta o empresário.