Casal decidiu colocar o carro a prêmio para levantar dinheiro e custear exames para os filhos.
A atitude de um professor de Marmeleiro viralizou na internet neste fim de semana. Ele foi sorteado com um Voyage, ano 94, numa rifa beneficente, mas, ao buscar o prêmio, surpreendeu a família que organizou a ação e devolveu o carro.
O desfecho inesperado chamou a atenção do casal Claci da Rosa e Antonio Lessir, que resolveu rifar o carro para custear exames para os filhos. “Fiquei muito surpresa com essa atitude, porque jamais imaginava que o ganhador ia devolver, ainda mais numa situação de crise que nem agora e no mundo com tanta coisa ruim que a gente vê. Ainda existem pessoas de bom coração”, resume Claci.
[banner=100050]
Nos últimos meses, a família e amigos se empenharam na venda dos números da rifa. Eles precisavam levantar cerca de R$ 12 mil para custear exames para os dois filhos e decidiram colocar o carro usado para o trabalho de Antônio como prêmio.
O anúncio do ganhador foi feito pelo rádio, logo após o sorteio, e premiou o professor de Educação Física Airton Rama. No mesmo dia, ele foi até a casa de Claci e Antônio, mas já estava decidido a não ficar com o carro. “Ele veio aqui, conversou, mas devolveu as chaves e falou que isso era uma promessa que ele tinha feito caso ganhasse a rifa”, conta Claci.

Dois filhos especiais
A família organizou a rifa para pagar exames mais especializados nos dois filhos, de 6 e 15 anos. Eles, inicialmente, foram diagnosticados com autismo, mas a mãe quer fazer exames que não são custeados pelo SUS para tentar descobrir qual síndrome acomete os filhos e buscar o melhor tratamento. “O mais velho ainda caminha, mas tem sérias complicações, o mais novo depende só da cadeira de rodas”, explica.
Claci teve que largar o emprego e hoje se dedica somente ao cuidado dos filhos. Boa parte do acompanhamento, como viagens, consultas e exames, é feita via SUS e eles ainda são atendidos na Apae, mas demandam dedicação em tempo integral.
Cerca de R$ 8 mil foram arrecadados com a venda das rifas. Esse dinheiro não é suficiente para examinar os dois filhos e agora a família estuda priorizar o atendimento de um dos filhos e esperar até juntar dinheiro para fazer o mesmo procedimento com o outro.