
Desde a manhã de ontem, professores e servidores públicos da educação que estão em greve acamparam em frente ao Núcleo Regional de Educação (NRE) de Dois Vizinhos.
Segundo o professor José Carlos Correa dos Santos, o Professor Juca, que representa a APP-Sindicato na microrregião, a ordem para o fechamento veio de Curitiba. “Vamos ficar até receber outra orientação estadual. Todos os núcleos do Paraná estão fechados e aqui aconteceu tudo de forma bastante pacífica. Quando os funcionários chegaram, tivemos uma conversa e ninguém forçou a barra”, conta Juca.
O fechamento é para pressionar o governo do estado a negociar com os grevistas. “Estamos na última semana de maio, que é nossa data-base, e o governo não sinaliza que vai reajustar 8,17% dos nossos salários. Esse total equivale à inflação nos últimos 12 meses. Ele quer pagar apenas 5% quando tiver dinheiro”, completa Juca.
Descontar salários?
O professor Nivaldo Florentino, chefe do Núcleo Regional de Educação de Dois Vizinhos, acredita que o núcleo foi fechado porque ontem seriam lançadas as faltas dos grevistas. “Acreditamos que os professores não permitiram a entrada porque hoje [segunda-feira] seria feito o lançamento das faltas durante os dias de greve, o que prejudicaria a carreira deles”, disse.
A informação é contestada pelo professor Juca. “Não tem nada a ver com as faltas. Legalmente, não se pode lançar as faltas nas folhas. Isso só pode ser feito se a gente não repor essas aulas, mas a gente já se dispôs a manter os 200 dias letivos”, explica Juca.
O chefe do núcleo, no entanto, destacou que a questão das faltas será resolvida pelo núcleo jurídico do NRE. “Muitos diretores enviaram, outros não enviaram”, completa Nivaldo.
Escolas funcionando
O chefe do NRE ressalta que algumas escolas ainda estão funcionando. “Temos cerca de 25 a 30% das escolas regulares e conveniadas em funcionamento, mas nenhuma em Dois Vizinhos. Estamos encontrando muitas dificuldades em algumas escolas porque temos professores dispostos a trabalhar, mas os diretores não estão chamando os alunos. Eu sempre conversei com os grevistas e falei que eles estão pensando nos seus direitos, mas não estão pensando nos seus deveres de dar as aulas para os seus alunos”, conclui.