
Na tarde de ontem, no auditório do centro de eventos de Francisco Beltrão, aconteceu a última capacitação dos técnicos do Programa Leite Sudoeste. O mesmo treinamento também foi feito em Pato Branco e, no total, especializou 148 técnicos, que irão, primeiramente, atuar em 294 propriedades modelos no Sudoeste do Paraná. Para viabilizar as propriedades referências em produção leiteira, o Governo do Estado liberou R$ 1,2 milhão. O valor deve ser gerido pelos municípios, que farão licitações de produtos e entregarão para os produtores credenciados.
O coordenador do Projeto Leite no Estado, Hermani da Silva, esclareceu que o repasse financeiro do governo estadual é uma contrapartida, para então serem viabilizados investimentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para infraestrutura e assistência técnica, de R$ 60 milhões. “O Sudoeste é a região que produz mais leite, em relação a volume, no Paraná. Mas nós precisamos de leite de qualidade para concorrer no mercado”, justificou Hernani.
O cenário da produção leiteira da região sudoestina é formado por muitas propriedades que produzem pouco cada uma. A meta é que cada propriedade produza 200 litros por dia, enquanto hoje a média é de 80 litros e a qualidade ainda deixa a desejar. “A normativa 62 prevê um índice de contagem de 400 mil células somáticas por ml e no máximo 100 mil na contagem bacteriana total. No Sudoeste, os números são em torno de um milhão na contagem bacteriana e mais de 500 mil de células somáticas”, informou.
Com a melhora da qualidade do leite, as entidades envolvidas com o programa esperam que a indústria trabalhe também com melhores preços, ou seja, remunere melhor o produtor.
Foco no manejo do pasto
O curso “Formação de Técnicos do Programa leite Sudoeste” capacitou, durante todo o ano de 2014, os profissionais que darão assistência nas propriedades modelos. Esta etapa teve em torno de 96 horas de treinamento, que tratou de assuntos como qualidade do leite e ordenhadeiras. Porém, o apelo principal, segundo Alexandre Blanco, técnico do Senar-Paraná, foi o manejo e formação de pastagem. “O manejo e formação da pastagem é a vocação da região, para assim ser mais economicamente viável a produção e melhor para o meio ambiente.”