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Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Propriedade produz 200 mil quilos de uvas por ano

Além da comercialização da fruta no varejo, família Frâncio também faz vinho e suco.

 

Armindo Frâncio, ao centro, com a nora Dalva, a filha Iara, o neto João Vitale, 
a esposa Ignês Rissi e a mãe Assunta Zancan Frâncio, na propriedade da família.
Fotos: Fábio Girardi/JdeB

Tradicional produtor de uva no Sudoeste, Armindo Frâncio comemora a produção e a comercialização do vinho de mesa que leva o nome da família. A história dos Frâncio na região começou em 1948, quando o pai, Vitale, chegou a Francisco Beltrão. “Meu pai chegou em Beltrão ali no Vila Nova. Em 1949, ele chegou em Eneas Marques. Ele entrou aqui e ficou. Na época não tinha nada, veio até aqui abrindo picada”, conta o produtor, que mora na comunidade Vista Alegre, quase divisa com Beltrão. 

No início, a família optou por trabalhar com o gado de corte. “A gente começou a mexer com gado, ficamos muitos anos com fazenda, depois fomos mudando de atividade. Aí partimos para vaca de leite, hoje estamos com 60 cabeças de gado leiteiro”, diz Armindo, que tem uma produção média de 500 litros de leite por dia.
A atividade diversificada da família vai além do ramo agrícola. “Nós mexemos com diversas culturas, por exemplo: uva, tomate, melão, vaca de leite, maravalha, também o suco de uva e o vinho”, conta o produtor. “Na maravalha, eu tenho oito caminhões que fazem o carregamento em Quedas, Guarapuava, Palmas e Caçador (SC). Eu entrego para BRF. É uma atividade diferente, ligado à área comercial”, acrescenta. 
Destaque na produção de uva e vinho
Há 40 anos na produção de uva, a família Frâncio planta, atualmente, as variedades de mesa Itália e rubi em seis alqueires. Em uma boa safra, por exemplo, é colhida uma média de 15 quilos por hectare ou 30 mil quilos por alqueire, totalizando na propriedade 200 mil quilos de uva. “Uma boa quantidade vai para o mercado e o que sobra fazemos suco e vinho. Dependendo do ano, podemos fazer até 20 mil litros de vinho e 15 mil litros de suco”, revela Armindo.
Para produzir os nove tipos de vinho, o produtor conta que busca muitas uvas em outras regiões. “Para poder fazer alguns tipos de vinho e espumante, eu compro fora, como as uvas cabernet e moscato.” Os vinhos são registrados e produzidos em uma cantina de Francisco Beltrão. Já o suco é comercializado no mercado e em escolas do Sudoeste. “Esse suco é natural, sem açúcar. O Estado e as prefeituras fazem as compras para as escolas e nós entregamos aqui para a região. No processo, são seis horas de fervura. Depois é envasado em litros de vidro a 80ºC”, acrescenta. 

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Armindo Frâncio e a família trabalham com produção de uva há 40 anos.
A fruta é vendida para mercados do Oeste e Sudoeste e utilizada para sucos e vinhos.

 

Culturas alternativas
Após a colheita das uvas, a família Frâncio utiliza o mesmo espaço para o plantio de tomate. “Sempre planto tomate depois da colheita da uva, embaixo do parreiral. Entre eu e o Pedro Frâncio, meu irmão, são 40 mil pés. É uma forma para cultivar duas culturas”, afirma o agricultor. Outra atividade na propriedade é a plantação de melão. “Nós chegamos a plantar oito alqueires de melão. Aqui na região se planta muito melão. É uma cultura boa”, completa.

Desistência da criação de porcos
Eneas é um grande produtor de suínos no Sudoeste. Apesar disso, Frâncio deixou de criar após uma baixa do mercado. “Eneas Marques é muito forte na produção do porco e leite e nós paramos faz muito tempo. Teve uma época que quebramos com porco. Tivemos um prejuízo enorme. Hoje a gente vê que o suíno é bom e o sistema integrado é muito bom”, comenta Armindo. Além do porco, a família tinha produção de melancia. “Chegamos a plantar 22 alqueires de melancia, mas também resolvemos a parar.” 

Geração de empregos
A diversificada produção de Armindo necessita de muita mão de obra. Para isso, construiu casas para as famílias na própria propriedade. “Hoje são nove famílias, tenho nove casas onde eles moram. Aqui eles não pagam aluguel, só ajudam um pouco com a luz. Eles são permanentes. Na área de maravalha tem sete motoristas, mais seis funcionários que trabalham no empacotamento, três na uva e um funcionário pro leite”, diz. Em épocas de poda da uva, a família contrata cerca de 30 trabalhadores temporários.

Vida política
Armindo também é conhecido no município pela carreira política. “Eu tinha uma liderança desde a época de escola. Tinha amizade com a comunidade, aí me convidaram a entrar na política.” Ele ajudou a fundar o PMDB Jovem e hoje é filiado ao PSDB. “Eu fui vereador duas vezes entre os anos 80 e 90 e tive um mandato de vice-prefeito, junto com o Hélio Parzianello. Eu parei em 2000. Ali eu encerrei minha carreira política”, declara. 

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