Com vacinação de todo o rebanho, Salgado Filho quer evitar os transtornos causados pela doença.
Foto: Assessoria.
Por Rubens Anater
“Pra manter o município livre da brucelose, o fundamental é fazer a prevenção”, afirma o secretário de Agricultura de Salgado Filho, Astério Marchetti, ao falar do trabalho de combate à doença que o município realiza anualmente, com vacinação de todas as bezerras entre 3 a 8 meses, tanto de gado de corte quanto de gado leiteiro.
Este trabalho funciona com subsídio da Prefeitura para produtores e os interessados em participar deste benefício devem fazer um agendamento na Secretaria de Agricultura. Além disso, Astério afirma que a secretaria estabeleceu um calendário de vacinação nas comunidades, para garantir um atendimento geral no município. “E todas as comunidades possuem esse calendário fixado em local de fácil acesso para os produtores saberem o dia da vacinação na comunidade deles”, garante.
O secretário reforça que todo produtor deve seguir orientação médico-veterinária em relação à vacinação e aos dois exames anuais, tanto de brucelose quanto de tuberculose, para evitar os transtornos que as doenças podem causar.
Os transtornos da brucelose
Astério afirma que o processo de prevenção e todo o combate à brucelose são essenciais, porque a doença causa diversos problemas para o produtor. Em primeiro lugar, os animais diagnosticados com a doença pelos exames de rotina (que acontecem duas vezes por ano) precisam ser sacrificados, para evitar o contágio de outros animais, ou mesmo de pessoas.
Depois disso, todo o rebanho passa por uma extensa bateria de exames, para encontrar possíveis animais doentes e sacrificá-los. Por fim, a propriedade ainda passa por um monitoramento, para garantir que está livre da brucelose.
De acordo com Astério, o produtor ainda sofre com a dificuldade de vender seus animais ou seu produto durante todo esse processo, e mesmo depois dele, porque o comprador fica com um pé atrás antes de adquirir algo de uma propriedade que passou pela doença, mesmo que já tenha provado que está livre dela.
O processo de vacinação
De acordo com a médica veterinária da Prefeitura de Salgado Filho, Raquel Mafessoni, o trabalho que o município realiza faz parte do programa nacional de controle e erradicação da brucelose e tuberculose.
No caso da brucelose, Raquel conta que a principal forma de combate é a vacina, “uma vacina viva, que exige muito cuidado na hora de sua aplicação. Por esse motivo é que somente médicos veterinários credenciados e capacitados podem realizá-la”.
Mesmo com a vacina, os animais ainda devem passar pelos exames de rotina da brucelose duas vezes por ano. Raquel acrescenta que também faz parte do programa que as fêmeas vacinadas sejam marcadas no lado esquerdo da cara com a letra V seguida do ano da vacina, (V6, no ano de 2016).
Caminho para a erradicação
O secretário Astério conta que Salgado Filho passou 2015 livre da brucelose e que nos últimos anos, a doença apareceu apenas entre 2013 e 2014, em uma propriedade do município. “Mas o produtor já conseguiu deixar sua propriedade livre e antes dele fazia muito tempo que não dava a doença”, afirma.
No entanto, a situação na região é um pouco diferente. Segundo Francieli Deggeroni, veterinária no escritório regional de Francisco Beltrão da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), “todo mês tem algum caso de brucelose com animais suspeitos ou positivos”.
Existe um esforço para aumentar o índice de imunização do rebanho e tentar alcançar a erradicação da doença. “No entanto, não tem como dizer quando vamos conseguir isso, já que ainda tem muitos casos”, acrescenta Francieli.
