Esta estimativa seria para um prazo de 15 dias no município de Pato Branco
O ex-ministro da Saúde Alceni Guerra, que hoje reside em Curitiba, por telefone falou ao jornalista Ari Ignácio de Lima, da TV Sudoeste, sobre a crise provocada pela pandemia do Covid 19. “Essa é uma pandemia que pode ser considerada a pior da história do Brasil”.
Alceni lembrou que em 1990, quando era ministro da Saúde, a OMS esperava um milhão de mortes no Brasil por cólera, mas não teve quase nenhuma. Diferentemente de agora, em que a Covid-19 tem mais letalidade, num momento em que não tem vacina nem remédios, e como única forma de prevenção é o isolamento social.
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Alceni Guerra, que é médico e foi prefeito de Pato Branco de 1997 a 2000, disse que as informações são de testes em fase avançada, e que estão sendo avaliados com muito otimismo, mas de maneira eficaz só deverá chegar ao mercado no final do ano. “Grande companhias, como a Jhonson & Jhonson, afirmam que poderiam colocar no mercado vacinas apenas no ano que vem”, disse.
Ari perguntou sobre os casos da Itália e outros países da Europa, no que eles erraram? Alceni disse que estes países demoraram demais para as medidas de contingenciamento do vírus na população. “Cada doente infecta mais três num único dia, a doença é muito agressiva.”
No caso de Pato Branco, Alceni disse se não tivessem sido adotadas as medidas de isolamento, em apenas 15 dias toda a população estaria infectada pela Covid-19. “Milhares de pessoas precisariam de atendimento hospitalar, leitos e respiradores que não temos”. “O isolamento social provocará impactos na economia, problemas graves para as empresas, mas não há outra medida para este momento que não o isolamento social”, acrescentou.
Alceni ponderou que “o Ministério da Saúde acredita que poderá ter testes suficientes nas próximas semanas para assegurar que as pessoas voltem ao trabalho com segurança”. Quando o País tiver testes suficientes, uma pessoa em uma empresa que tiver sintomas pode ser detectada e, se doente, isolada, para conter a expansão da doença.
