Seguindo a decisão de outras universidades federais por todo o país, os técnicos-administrativos das universidades federais sediadas no Sudoeste do Paraná já começam a aderir à greve. De acordo com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), grande parte das federais já realizou assembleias nos dias 28 ou 29 de maio e está deflagrando a paralisação dos trabalhos, em apoio à resolução da classe. Nota da federação garante que esta semana “é de organização e mobilização nas bases para reforçar a greve que promete ser uma das mais fortes dos últimos anos”. Nesse cenário, o campus de Realeza da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) já tem servidores parados. “Fizemos paralisação e aderimos à greve na sexta-feira, dia 29. Ainda não temos como calcular a adesão, mas boa parte dos servidores estão parados”, conta o assistente da administração Giuliano Kluch, do comando local de greve da universidade e coordenador geral do sindicato. Giuliano ainda acrescenta que a greve se espalhou pelo país e que, segundo informações encaminhadas pela Fasubra, 46 universidades já estão em processo de paralisação. A UTFPR de Pato Branco pode ser contada entre as que também estão em processo de decisão. Segundo a delegada sindical dos técnico-administrativos na universidade, Ana Paula de Oliveira, os servidores já paralisaram na sexta-feira, só ainda não deflagraram a greve. “Estamos estudando a pauta de reivindicação e buscando trazer mais força para o movimento. Vamos fazer uma assembleia no máximo até a próxima terça-feira, mas já está certo, vai haver greve”, garante Ana Paula. Segundo Ana Paula, quase todas as instituições federais de ensino no Paraná estão paradas. Ela defende a greve, alegando que os servidores técnico-administrativos formam uma das categorias mais precarizadas do país. Ela conta que a classe não tem data-base para discutir os salários. Justamente por isso, os servidores não recebem nem o reajuste anual de inflação, que estaria garantido por Constituição. Giuliano, da UFFS, acrescenta que a greve também é contra o corte de verbas da educação. “O governo já deu um corte de mais de 8 bilhões para a área.” Por isso, ele acrescenta que os professores estão estudando aderir à paralisação dos servidores. O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou que a paralisação só faria sentido se “estiverem esgotados os canais de negociação”. Ele garante que isso não aconteceu. Ainda assim, outras universidades do Sudoeste também seguem no caminho da greve. Tanto o campus de Palmas do Instituto Federal do Paraná (IFPR) quanto o campus de Beltrão da UTFPR fizeram paralisação na semana passada, mas ainda não entraram em acordo para a deflagração de greve. A discussão continua e os técnicos administrativos devem decidir nos próximos dias se aderem ou não à greve.