Associação das empresas adota medidas para manter serviço ativo.
Diante do agravamento dos casos de coronavírus (Covid-19) no Brasil, empresas de ônibus rodoviário interestadual reforçam os procedimentos de limpeza dos veículos e adotam medidas para se adequar à nova realidade. Até o momento, houve redução de aproximadamente 30% no número de passageiros transportados, de acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati). Mesmo diante do cenário de incertezas provocado pela pandemia, a oferta do serviço respeita as orientações das autoridades em cada Estado.
A Abrati informa ainda que vem reforçando as recomendações já enviadas a todas as empresas associadas para que intensifiquem os cuidados com a higienização dos ônibus, redobrem a atenção quanto à disponibilidade de água e sabão nos sanitários dos veículos e disponibilizem álcool em gel em locais de atendimento e/ou durante o embarque. Além disso, foram criados comitês internos para acompanhar esse processo e os desdobramentos para o setor.
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Alerta sobre medidas preventivas
A Associação também se colocou à disposição do Ministério da Saúde, por meio de ofício encaminhado ao ministro, para divulgar e adotar medidas preventivas contra a propagação do coronavírus, tendo em vista a natureza do serviço prestado pelo setor, essencial à população. Além dessas medidas, as empresas seguem atentas às determinações das autoridades por suspensão de viagens e avaliará caso a caso as remarcações de bilhetes e o reembolso das passagens, de acordo com normas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Em números, o segmento rodoviário regular de transporte terrestre de passageiros é a soma de empresas que representam cerca de 80% do total de passageiros versus quilômetros transportados de todo o segmento rodoviário regular interestadual e internacional. É também o responsável pela geração de 60 mil empregos diretos, sendo 15 mil só para motoristas. Por ano, o setor transporta mais de 50 milhões de passageiros e emite em média 2,2 milhões de passagens ao ano, além da oferta de 4,8 milhões de gratuidades em outras linhas.

Empresas que operam no Sudoeste foram impactadas
O movimento nas linhas de ônibus interestaduais e estaduais diminuiu nesta semana devido às recomendações das autoridades sanitárias para que as pessoas se mantenham em casa e evitem aglomerações e viagens. Naiara Chiapetti, agente de passagens da empresa Reunidas em Francisco Beltrão, disse ao Jornal de Beltrão que o “movimento tá bem baixo, as pessoas estão tentando transferir, cancelar ou deixar em aberto [as passagens]”.
Arceni Novais de Souza, gerente-geral da Princesa dos Campos, relatou que as restrições impostas pelos decretos governamentais do Rio de Janeiro e Santa Catarina atingem diretamente o transporte de passageiros e cargas. A empresa está se adequando ao que foi solicitado, redobrou os cuidados na limpeza dos ônibus e também está seguindo recomendações da indústria de carrocerias Marcopolo quanto aos aparelhos de ar-condicionado nos ônibus.
Arceni disse que houve uma diminuição de 30% no geral em todas as linhas estaduais e interestaduais. Como houve o fechamento das fronteiras com a Argentina e o Paraguai, as linhas para Foz do Iguaçu tiveram redução no número de passageiros. As linhas para Francisco Beltrão e Guaíra também tiveram redução de oferta de horários. As pessoas que quiserem remarcar suas passagens ou deixar em aberto podem procurar o SAC – 0800 – da empresa para fazer o procedimento.
Linhas de ônibus para Santa Catarina estão suspensas
G1 – A circulação de ônibus do transporte coletivo está suspensa em todo o Estado de Santa Catarina desde ontem, conforme determina o decreto publicado pelo Governo de Santa Catarina. A medida vale para as linhas municipais, intermunicipais e interestaduais, durante sete dias.
Ontem, o secretário de Infraestrutura de Santa Catarina, Thiago Vieira, destacou que o decreto já está em vigência. “As empresas não precisam ser notificadas e é preciso que elas, ao longo do dia, interrompam suas atividades”, disse. A medida inclui também o transporte aquaviário.
A empresa Reunidas, que opera linhas para Santa Catarina, já não estava vendendo passagens para diversas cidades catarinenses. Hoje, já não haverá mais ônibus para Santa Catarina. Segundo informações extraoficiais, a decisão do governo vale por uma semana.