Estabelecimento continua no mesmo local desde que foi inaugurado e ainda é bastante procurado pelos moradores.
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Muitas barbearias sofisticadas surgiram nos últimos anos, com estilo retrô americano, algumas com mesas de sinuca e loja de conveniência. A barba que antes era cultivada por homens mais velhos também caiu no gosto dos jovens, o que fez aumentar, e muito, o público destes estabelecimentos. Mas engana-se quem pensa que as barbearias tradicionais perderam seu espaço. Elas ainda sobrevivem. Normalmente são pequenas salas onde basta um bom espelho, a cadeira com ajuste de altura, tesoura, lâmina e a maquininha de cortar cabelo. O mais importante, além de fazer barba, cabelo e bigode, é o bom bate-papo. São pontos de encontro onde se cultiva a boa amizade.
Pedro Hoinatz, 73 anos, é o cabelereiro mais antigo em atividade no município de Salto do Lontra. São pelo menos 40 anos de serviço. Fez muitos amigos neste período e ainda atende uma média de 20 clientes por dia.
O início de tudo
Era 1960 quando ainda morava na comunidade do km 45, interior de Santa Izabel do Oeste, e começou a aprender fazer os cortes de cabelo. Atendia vizinhos e amigos nos finais de semana. Na época não existiam cabeleireiros nas redondezas e seu Pedro, vendo seu pai cortar cabelo de pessoas conhecidas, decidiu fazer o mesmo.
Em 1978 ele mudou para Salto do Lontra e a atividade passou a ser a principal fonte de renda da família. Pedro fez um curso a distância do Instituto Universal Brasileiro e iniciou o trabalho no Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Cortava cabelo dos agricultores sindicalizados. De acordo com ele, a vida no campo era difícil, tinham poucas oportunidades, a propriedade era pequena, então resolveu mudar pra cidade para facilitar o estudo dos filhos.
Atendimento de homens e mulheres
No começo o atendimento era predominantemente masculino, com cortes de cabelo e barba, mas, quando era necessário, seu Pedro também atendia mulheres com permanentes e tinturas. O movimento era intenso e ele já não conseguia dar conta dos clientes. Então começou a ensinar uma das filhas, que trabalhou com ele por 22 anos. “Depois ela saiu para abrir uma loja. Naquele tempo tinha pouco salão, a gente quase não vencia atender.”
A esposa de seu Pedro, dona Anair, trabalhava fora para ajudar no orçamento doméstico. Os dois já estão aposentados, mas o cabelereiro continua cortando cabelo para passar o tempo e ganhar um dinheiro extra. Além do curso a distância, que durou cerca de seis meses, Pedro acompanhava muito a tendência de cortes pelas revistas da época. Os homens procuravam sempre corte simples ou corte para cabelo longo. As mulheres pediam repicado longo. A filha mais velha, Neuza, agora é quem ajuda no salão.
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