Entidade acompanhou evolução do setor nas últimas três décadas.
Uma assembleia realizada em Francisco Beltrão há exatas três décadas foi o embrião para criar a entidade que representa um dos setores econômicos mais importantes da região. O encontro realizado em 18 de agosto de 1990 reuniu empresários da carpintaria, tanoaria, madeireiras e indústrias de móveis para fundar o Sindimadmov, sindicato patronal que congrega as empresas do setor.
Eitor Camilotti foi o primeiro presidente da entidade e na época era o coordenador regional da Fiep. “A maioria das empresas eram serrarias e fábricas de portas e não foi difícil reunir o pessoal pra fazermos uma entidade própria. A nossa principal intenção com a fundação do Sindimadmov era não estar submisso às decisões de Curitiba, pois estávamos vinculados ao sindicato de lá, mas tínhamos uma realidade diferente”, explica.
Criado, principalmente, para representar as indústrias nas convenções coletivas de trabalho, ao longo dos últimos 30 anos, o Sindimadmov também fomentou o desenvolvimento das empresas do setor, oferecendo cursos, consultorias, pesquisas e missões técnicas a feiras, sempre em parceria com outras instituições. A atuação do sindicato ajudou a profissionalizar as indústrias – algumas são referência nacional em seus segmentos –, criar um ambiente mais competitivo e acompanhar a modernização do polo madeireiro e moveleiro que a região é hoje.
A madeira foi responsável pelo primeiro grande ciclo econômico da região, com a retirada de árvores nativas durante o período de colonização do Sudoeste. Depois, as indústrias evoluíram e passaram a se especializar na fabricação de produtos como aberturas (janelas e portas), laminados e chapas. Hoje, o processo de produção envolve modernas máquinas e rigorosas normas ambientais, desde a origem da matéria-prima, e o principal segmento é o de produção de móveis.
Crescer em conjunto
O atual presidente da entidade, Jair Comiran, exemplifica bem a importância de as indústrias do setor estarem unidas. Durante sua posse, no final de 2019, ele disse que a principal função da entidade é reforçar o apoio às empresas, qualificação, pesquisas e viabilização de negócios. “Nosso sindicato é cooperativista, é associativista, nos permite ter um espaço para que as coisas sejam debatidas e aconteçam e, desta forma, todos possam crescer”, afirmou Comiran em seu discurso de posse.
Devido à pandemia, não haverá evento para celebrar a data, mas o sindicato prepara o lançamento de um livro que resgata a história das indústrias e da entidade. Atualmente, as indústrias filiadas ao Sindimadmov, que compreende a microrregião de Beltrão, empregam cerca de 2,5 mil trabalhadores e fomentam uma cadeia de empregos indiretos que envolvem outros profissionais e empresas.
Tendências
Da exploração da madeira nativa, vendida bruta, até o aperfeiçoamento de produtos e modernização das linhas de produção, a indústria da madeira passou por muitas transformações e desafios. Para o industrial Edgar Behne, diretor regional da Fiep, a agregação de valor aos produtos, a automação industrial e produção sustentável são uma tendência para as empresas do setor. “No segmento madeireiro, a demanda crescente da construção civil por produtos de reflorestamento e com beneficiamento dentro das normas ambientais vai impulsionar muitas áreas e empresas aqui da região. Já na área moveleira, a tendência é a indústria 4.0, com a utilização de máquinas modernas, eficientes e que consigam atender uma exigência cada vez maior do consumidor para a personalização dos produtos ou aumento da produção em série”, diz.