Reunião na Amsop levantou possibilidade de campanhas de conscientização para os municípios.

A Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) liderou quinta-feira, 20, mais uma reunião com os prefeitos do Sudoeste, preocupados com a crise financeira e os reflexos que esta ainda pode causar na gestão dos serviços público. O receio das lideranças é que, se não forem adotadas medidas mais severas agora, algumas prefeituras terão dificuldade em fechar as contas e manter os serviços no final do ano. Muitos temem que o caixa não será suficiente, já que o deficit deste ano se soma ao deficit dos dois primeiros anos desta gestão. Perante o Tribunal de Contas é preciso zerar essa pendência.
O alerta já tinha sido ligado ainda em junho, quando a Amsop emitiu nota de recomendações aos prefeitos a fim de conscientizá-los sobre a necessidade de pisar no freio com os gastos. Embora muitos tenham adotado as medidas em níveis distintos, boa parte dos líderes municipais acreditam que novas ações devam ser tomadas.
A inquietação é reforçada pela Associação dos Municípios do Paraná (AMP), que recebeu líderes de todo o Estado na última semana para debater medidas. O assessor jurídico da Amsop, Everton Ramos, esteve na reunião em Curitiba e relatou que uma articulação entre os prefeitos do Paraná e a Confederação Nacional dos Municípios (CMN) pode resultar em uma possível campanha ou até paralisação.
Relatório aponta disparidade
A queixa dos prefeitos foi comprovada através de um relatório elaborado pela Amsop que mostra a disparidade entre o que é arrecadado com o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) – principal fonte – com a inflação do período, e mais o aumento de gastos com energia elétrica, água, folha de pagamento, despesas de máquinas e veículos e suprimentos para operacionalização dos setores.
No relatório constam dados de que nos primeiros sete meses do ano houve aumento de aproximadamente 7,40 % no repasse de FPM quando comparado ao mesmo período do ano passado. O problema é que, só de inflação, foram 9,56% no mesmo período, ou seja, um deficit de mais de 2,15%. O quadro se agrava mais quanto se leva em consideração o aumento de custos operacionais. Nas estimativas do levantamento, seria necessário um acréscimo de pelo menos 15% na arrecadação para manter os serviços e projetos sem cortes. O presidente da Amsop, prefeito de São João Altair Gasparetto Vadeco (PSDB), observa que cada caso precisa ser analisado em separado, mas entende que o melhor é adotar medidas um pouco mais severas agora do que ter dificuldades ainda maiores no final do ano. “Vamos aguardar uma posição da AMP e da CNM para definirmos em conjunto que medidas vamos tomar. O fato é que o prefeito que não se precaver terá problemas pela frente. Temos que mostrar para a comunidade a realidade das coisas”, afirmou Vadeco.