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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Temperatura e chuva favorecem a produção

É o que mostra monitoramento realizado pela Embrapa.

 

A pecuária leiteira da região usa muito o sistema leite a pasto. 

 

 As temperaturas mais amenas e a maior quantidade de chuva registradas nos últimos três meses contribuíram para a produção de leite nas principais bacias do País. Estudos do Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite da Embrapa mostram que o produtor tem encontrado condições de tempo melhores para a atividade em comparação com o ano passado.
O pesquisador Samuel Oliveira monitorou dados meteorológicos do final de 2015 a janeiro deste ano e verificou condições mais favoráveis de temperatura e precipitação para a pecuária de leite.
Para Oliveira, este ano não deve se repetir a irregularidade climática observada nos últimos dois anos, com temperaturas muito elevadas e incidência de chuvas abaixo do normal em bacias leiteiras importantes como Araxá (MG), Poços de Caldas (MG), Foz do Iguaçu (PR), Chapecó (SC) e Passo Fundo (RS). 

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Estabilização
Algumas regiões registraram até cinco graus acima da média em outubro do ano passado. No entanto, para alegria dos produtores de leite, esse quadro está se revertendo: nos últimos três meses, houve estabilização do regime de chuvas.
“Com a regularização das precipitações no final em janeiro e fevereiro nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, houve redução do potencial de perda da produção leiteira por má formação de pastagens”, destaca a Embrapa.
O município de Juiz de Fora (MG), localizado numa das principais bacias leiteiras do País, já registra dados favoráveis à produção. Em janeiro deste ano, a temperatura média foi três graus menor do que no mesmo mês de 2015. O regime de chuvas também está próximo à média normal, com acúmulo de 1.500 milímetros de fevereiro de 2015 até os dias atuais. 
“Tudo indica que não teremos no decorrer deste ano os problemas climáticos severos registrados nos dois últimos anos”, afirma Samuel Oliveira, que também destaca que a temperatura média em Goiânia (GO) caiu dois graus no mesmo período.
As perdas decorrentes das irregularidades térmicas, conforme o pesquisador, ocorreram mais em função do estresse térmico do que de problemas nas pastagens relativos à seca, pois hoje o uso da suplementação alimentar é cada vez maior. 
“A pecuária de leite hoje não é mais tão dependente da pastagem, embora a influência seja ainda bem forte”, ressalta Samuel Oliveira. “Não há um índice exato das perdas registradas no período. Para isso seria necessário consolidar os registros das fazendas, mas contatos com produtores apontam para reduções de até 20 a 30% na produção nos dias mais quentes.”

Empresário diz que situação é diferenciada na região

O empresário Vânio Alein, diretor do Laticínio Progresso, de Sede Progresso, Verê, faz algumas ponderações em relação à bacia leiteira da região Sudoeste. Nos últimos anos muitos produtores passaram a investir no sistema de produção por confinamento e em animais de genética melhor, que já não são submetidos às caminhadas pelas propriedades para comer o pasto. 
Vânio diz que os pecuaristas estão investindo numa alimentação melhor para as vacas, à base de ração. No entanto, como o preço dos principais componentes da ração subiu nos últimos dois meses – saca do milho a R$ 40 e soja R$ 70 -, tem produtor reduzindo o uso de ração ou colocando o gado nas áreas de pastagens. Por isso, conforme o empresário, a produção regional diminuiu.  
Os preços do litro ao produtor, que estavam estáveis até dezembro de 2015, começam a reagir.  No ano passado os produtores estavam reclamando do baixo preço pago pelo litro. Porém, havia excesso de produção e queda no consumo de produtos lácteos. Em janeiro, houve um aumento médio de R$ 0,4 para pagamento em fevereiro. Já a produção de fevereiro deve ter mais um pequeno aumento de R$ 0,4.
A região Sudoeste do Paraná detém o título de maior produtora de leite do Estado, com mais de 1 bilhão de litros/ano. O município de Francisco Beltrão ultrapassou Chopinzinho ao produzir, em 2014, 73 milhões de litros. 

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