Ventos fortes vieram acompanhados de chuva, raios e granizo em algumas localidades.

Casa destelhada na Linha Alto Alegre, em Ampere. “Não tinha o que fazer”, conta o morador.
Foto: Julio Cesar Alves/Rádio Ampere
O vendaval na noite de domingo foi rápido, mas suficiente para deixar um rastro de estragos em vários municípios da região. Um agricultor de Ampere, que teve a casa destelhada, estava com a esposa e conta que caía uma chuva bem fraca quando, de repente, os ventos atingiram a residência. “A gente só se abraçou e esperou passar, deu uns dez minutos, porque não tinha o que fazer, se saísse era pior”, relatou em entrevista à Rádio Ampere.
No município, a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros passaram a madrugada trabalhando no corte de árvores que caíram sobre estradas e não houve registro de feridos. Algumas famílias buscaram lonas para cobrir as residências. Na comunidade de Santa Rita, os ventos fortes arrancaram a cobertura da igreja e os destroços foram parar a cerca de 50 metros longe. No mesmo dia, os moradores haviam realizado uma churrascada para levantar fundos para a comunidade.
Em São Jorge D’Oeste, o temporal prejudicou os poços de água que abastecem a cidade. Os reservatórios amanheceram secos, o que causou falta de água nas regiões mais altas da cidade. A Sanepar trabalhou ontem para resolver o problema.
O vento derrubou árvores em estradas e rodovias de Francisco Beltrão, Eneas Marques, Planalto e São Jorge, segundo a coordenação regional de Defesa Civil. O vendaval veio acompanhado de granizo de leve intensidade, chuva e raios. A Copel informou que, até a tarde de ontem, havia 10,6 mil residências sem energia nas regiões Oeste e Sudoeste. “Os desligamentos são decorrentes de objetos lançados sobre a rede e cabos rompidos; centenas de eletricistas estão mobilizados em campo”, dizia nota da companhia.
O município da região mais afetado foi Bela Vista da Caroba, onde houve queda de árvores, falta de energia e destelhamento de casas. Cerca de 60 famílias buscaram lonas para remediar os estragos, mas a Secretaria de Ação Social está realizando um levantamento mais detalhado.
Voltou a chover
A tempestade do fim de semana marcou a volta da chuva à região, após semanas de tempo seco, o que está agravando a estiagem de meses. Em Beltrão, caiu 15,2 mm entre a tarde de domingo e a madrugada de ontem. Como a chuva foi mais localizada e passageira, em alguns bairros e comunidades do interior o acumulado não foi exatamente conforme o divulgado pelo instituto de meteorologia. Há registros de quase 30 mm de precipitação em algumas localidades da região.
A preocupação agora é com uma forte onda de calor. A MetSul – empresa especializada em meteorologia – prevê que uma bolha gigante de ar quente esteja sobre o País a partir de quarta-feira, fazendo com que esquente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. O Simepar está prevendo temperatura de 38 graus na sexta, em Beltrão.