Desde segunda-feira, 16, até ontem, no fechamento desta edição, um grupo de produtores rurais, que terão suas propriedades inundadas pela formação do lago da Usina Baixo Iguaçu, estão reunidos nos acessos ao canteiro de obras, em Capanema, numa manifestação.
Segundo representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens, a intenção é bloquear os acessos dos funcionários ao canteiro para paralisar o trabalho na obra, ou, caso isso não seja possível, continuar manifestando o descontentamento com a proposta de indenização que a empresa apresentou.
Os atingidos acreditam que a indenização que o Consórcio Baixo Iguaçu pretende pagar por suas terras é baixo demais e comprovam essa informação com estudos que mostram que as propriedades valem mais, inclusive uma avaliação feita pela Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab).
Além disso, atingidos afirmam que os responsáveis pela construção não comparecem em reuniões para discutir a questão e tentam adiar as negociações para julho. O Consórcio, por sua vez, afirma através da sua assessoria de imprensa ter informado os interessados de que não iria às reuniões, para poder ter tempo de preparar uma nova proposta. Além disso, informou que está negociando com os manifestantes a liberação da obra, enquanto também zela pela segurança das estruturas e dos trabalhadores.
Valores em disputa
O Consórcio apresenta uma proposta que pretende pagar a indenização das terras inundadas de acordo com o Valor Básico Unitário da terra nua, elaborado por uma empresa contratada por eles mesmos, em setembro de 2013 – um valor de R$ 72.627,16 por alqueire.
No entanto, considerando as variações de 2013 até agora, junto com estudos apresentados por outros índices, a Seab apresentou um valor médio de R$ 90.030,35 por alqueire inundado – 23,79% a mais do que o Consórcio propôs.
