O prefeito de São João e presidente da entidade disse ontem em Beltrão, em reunião de trabalho, que a paralisação das prefeituras no dia 21 vai mostrar a força da entidade.

O presidente da Amsop, Altair Gasparetto Vadeco (PSDB), prefeito de São João, disse ontem em reunião de trabalho da entidade, em Franicisco Beltrão, que a associação nunca esteve tão unida. Isso por conta das dificuldades de gestão que os prefeitos estão encontrando. O problema maior, segundo eles, é que o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) teve reajuste de mais de 2% abaixo da inflação e, por outro lado, as despesas como luz e IPVA aumentaram consideravelmente nos últimos meses.
Na semana passada, 16 prefeitos do Sudoeste estiveram na reunião da AMP (Associação dos Municípios do Paraná), em Curitiba, com outros 85 prefeitos do Estado, para tomar providências em relação a essas dificuldades administrativas. E foi decidido que as prefeituras terão seus atendimentos paralisados no dia 21 de setembro, uma segunda-feira, como manifesto de repúdio aos governos federal e estadual, que estão cada vez mais comprometendo os municípios na arrecadação.
“A nossa recomendação é que os 42 municípios da Amsop parem nesse dia; que fique funcionando apenas urgência e emergência. Para nós é importante essa ação em conjunto. Temos que mostrar a força da Amsop e causar impacto. Sabemos que alguns municípios têm em sua receita principal o ICMS, mas estamos recomendando que todos façam a manifestação. Os funcionários não serão dispensados, mas não vamos atender ninguém. O comprometimento do município é cada vez maior e a receita menor”, diz Vadeco, que falou também sobre a queda do FPM. “O FPM veio 33% menor se comparado ao mês de setembro. A nossa inflação está em quase 10%. Tudo subiu, estamos encontrando essa dificuldade. Muitos municípios já receberam decreto de contenção de gastos. Na semana passada, fizemos uma reunião em Santa Izabel do Oeste, com 20 prefeitos, e a recomendação é que precisamos pisar no freio. Em São João já fizemos um decreto de contenção de despesas no mês de julho. Estamos cortando consumo de água, energia, combustível, enfim, não estamos pagando hora extra. Agora nos reunimos com os secretários para reduzir 20% dos salários do prefeito, do vice e dos secretários.”
O prefeito de Francisco Beltrão e vice-presidente da Amsop, Antonio Cantelmo Neto (PMDB), diz que se solidariza com o manifesto, mas não vai paralisar os serviços. “Os 42 municípios vão manifestar a sua preocupação por causa da redução de receita. Aqui não iremos paralisar nenhuma atividade. Nossa gestão financeira tem permitido que a gente não pare com os serviços. Porém, nós somos solidários ao movimento. Nós nos destacamos na arrecadação do ICMS, isso prova a segurança maior da economia local”, avalia.
O assessor jurídico da Amsop, Ewerton Ramos, também passou recomendações aos prefeitos. “Todos os municípios do Brasil estão passando por uma crise. E o ideal é que o Paraná saia na frente em relação à prevenção. A ideia do manifesto é que se passe a realidade do município para a população”, disse. A Amsop deve publicar na semana que vem mais detalhes sobre as medidas que cada município deve programar para o manifesto do dia 21.

em Francisco Beltrão, ao lado de Cantelmo Neto e Ewerton Ramos, assessor jurídico.