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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

“Vivo a realidade do dia a dia da granja”, diz Jacir Dariva

 

Em suas duas granjas, o trabalho acontece 24 horas 
por dia. “Em em dia de parto é ainda mais
 corrido”, acrescenta.

Vida de suinocultor não é fácil. Fora o trabalho intenso, a preocupação com preços e o comportamento do mercado já tirou noites de sono de muitos criadores. “Tem que gostar muito da atividade”, garante Jacir José Dariva, suinocultor de Itapejara D’Oeste, proprietário de duas granjas. Semanalmente, as granjas de Jacir entregam cerca de mil leitões com a média de 22 quilos cada, que seguem para outro produtor responsável pela engorda. 

Para dar conta dos trabalhos na maternidade, gestação e creche, 20 colaboradores se revezem 24 horas por dia. “Eles são divididos em equipes e cada uma é responsável por um setor. A correria é maior nas quartas, quintas e sextas-feiras, quando é programada a maior parte dos partos. Aí o setor da maternidade precisa de mais gente pra ajudar, já que em nossa granja todos os partos são 100% assistidos. É um momento que precisa de atenção e todo o cuidado é necessário para não perder nenhum leitão”, conta Jacir.

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Nas granjas Dariva, a média de natalidade é de 13 a 14 leitões por parto. Todas as matrizes são inseminadas artificialmente e a média de partos é de 2,5 por ano. Atualmente, é preciso um trabalhador para cada 100 matrizes, mas de acordo com Jacir, já existem projetos para granjas mais tecnológicas que possibilitarão que cada trabalhador acompanhe até 200 matrizes. “Outro ponto que está sendo muito debatido é sobre o bem-estar animal. No final de novembro vou participar de um fórum sobre o assunto em Brasília. Acredito que a partir do próximo ano os criadores terão que dar muita atenção para isso”, adianta.

Setor vive bom momento
Como suinocultor, Jacir admite estar bastante contente com o desempenho do setor nos últimos meses, mas ressalta que a orientação das associações e especialistas do setor é de que os investimentos e ampliações nas granjas sejam cautelosos. “O cenário anima, mas a recomendação da Associação Paranaenses de Suinocultores é que, ao invés de aumentar o número de matrizes, que os produtores se adaptarem aos padrões de tecnologia, otimizem suas produções e deem atenção ao bem estar animal. O momento está excelente, mas já temos sinais de que os clientes do varejo estão um pouco retraídos”, alerta.

O Sudoeste é a 2ª maior região produtora de suínos do Paraná, responsável por 22% da produção. O plantel paranaense é de mais de 5,8 milhões de cabeças, e destas, mais de um milhão estão na região, criadas por quase cinco mil produtores. “Houve um grande trabalho de divulgação do consumo de carne de suíno in-natura, e isso forçou a indústria a trabalhar mais o produto, incentivando o consumo de cortes especiais. Em 2014, atingimos uma média de consumo de 15 quilos de carne suína per capita por ano. Para 2018, a meta é elevar para 18 quilos”, comenta Jacir.

Presidência da APS
Dia 12 de dezembro, acontece a votação para escolha da nova diretoria da Associação Paranaense de Suinocultores (APS). Jacir Dariva é atualmente o vice-presidente administrativo da entidade, que é presidida por Darci Baques. A intenção, conforme Jacir, é montar um chapa de consenso encabeçada por ele. 

O produtor já presidiu a Associação Regional de Suinocultores do Sudoeste (ARSS), e sempre defendeu o setor. “Eu vivo a realidade do dia a dia da granja, conheço a realidade e os anseios dos produtores. Mas o que nossa associação precisa é ser mais democrática. Até um tempo atrás, se tinha essa visão de que as associações tinham que dar laço nas empresas, mas o caminho não é bem assim. É preciso unir forças, entre produtores, integradoras, sindicatos e associações, para conseguir defender o setor, fortalecer todo o ciclo”, argumenta Jacir. Se for eleito, Jacir Dariva deve assumir a entidade a partir de janeiro de 2015. 

Certificação PSC
Um dos assuntos que Jacir tem acompanhado fielmente e defendido há um bom tempo é a certificação internacional de área livre da Peste Suína Clássica. O Paraná já possui tal reconhecimento pelo Ministério da Agricultura (Mapa) há pelo menos 20 anos, mas pleiteia a certificação concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal. “Os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul se adiantaram, conversaram e se uniram, e agora estão prestes a conquistar a certificação, já no próximo ano. O Paraná não fez o dever de casa, ficou para trás, e agora está correndo contra o tempo. Agora se uniram o Estado, iniciativa privada e associações para tentar integrar o mesmo grupo que será avaliado no próximo ano”, comenta.

Conforme o produtor, desde 2009 já havia uma recomendação para que o estado se organizasse na busca pela certificação, que pode trazer mais segurança e tranquilidade no futuro. “O Paraná é o 3º maior produtor de suínos do país. 

A certificação é uma proteção, ainda não sabemos mensurar qual o efeito que o mercado terá lá fora com esta certificação internacional. E se o mercado adotar a mesma prática da aftosa e comprar só de áreas livres? Por isso essa preocupação, em garantir o futuro. Posso afirmar que essa certificação vai sair. No máximo em 2016″, acrescenta.

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