Pesquisa, coordenada pelo IBGE, vai visitar todos os domicílios no Brasil.

Por Alexandre Bággio – O Censo 2022 vai começar a coletar dados, em todos os domicílios do Brasil, dia 1º de agosto. Para tanto, os recenseadores terão apoio da tecnologia e a coleta de dados será feita através de smartphones. “O supervisor tem um tablet e o recenseador tem um smartphone onde está instalado apenas o aplicativo de coleta. O aparelho é bloqueado, somente com o sistema do IBGE e aí nós temos a imagem do perímetro que ele vai percorrer, tem toda a delimitação no mapa, os caminhos. Na zona rural, o sistema já traça as estradas rurais, tudo atualizado no Censo Agropecuário. A coleta é feita no aplicativo e já são transmitidos via rede atualizando o sistema. Vamos ter esse acompanhamento em tempo real, sabendo a população que está recenseada em cada município. Isso facilita muito a divulgação e assim, quando fechar, já vamos saber o tamanho de cada município também”, explica Max NuCesca Batisti, coordenador de área do IBGE de Francisco Beltrão.
Todos os domicílios serão visitados. “A gente tem, em cada município, dependendo do seu tamanho, uma amostragem. Temos dois questionários, um que é o básico, bastante rápido, que pede algumas características da residência e dos moradores, a alfabetização e rendimento, enquanto o questionário da amostra é mais detalhado, desenhado para ser válido para os municípios. O que temos de informação em nível municipal detalhada das condições de vida é justamente desse questionário do Censo. Dependendo do tamanho do município, a amostra varia. No caso de Dois Vizinhos, temos uma amostragem de 10%, ou seja, de cada dez domicílios que vão responder a pesquisa, um responde o mais completo e os outros nove, o simplificado. Essa amostragem de maneira aleatória pelo software do IBGE porque tem que ser válida estatisticamente, não pode ser viciada, determinar que domicílio responder o questionário mais completo ou mais simples.”
Números atualizados
Desde 2010 a contagem populacional não é realizada. “São 12 anos sem essa pesquisa e informação em nível municipal e é só o Censo que dá. Fazemos outras pesquisas para acompanhar as condições de vida da população, características de trabalho, escolaridade, acesso aos serviços públicos, mas eles não têm a validade estatística pelos municípios, exceto algumas regiões metropolitanas. Todo o planejamento, público e privado, precisa de dados, informações e a mais precisa, que visita todos os domicílios, atualizada, é o IBGE que nos dá através do Censo Demográfico. A gente sabe que a sociedade tem essa ansiedade por esses dados, dada a desatualização, e, felizmente, em breve, vamos ter esses dados que vão retratar bem as características de cada município. Isso também baliza todo o repasse de verbas de Fundo de Participação dos Municípios (FPM), recursos per capta que são serviços do município, são por base na população levantada pelo IBGE. A gente divulga, anualmente, uma população e entre o último Censo de 2010 e esse agora é somente estimativa que leva em consideração o histórico do crescimento. Sabemos que podemos ter mudanças nas dinâmicas locais e que o crescimento seja mais acelerado, mas, infelizmente, conseguimos captar isso somente no Censo e estamos com dados bastante desatualizados.”
A divulgação da população deve acontecer até o fim do ano. “Durante o levantamento, nós ainda estamos fazendo os ajustes, supervisão, uma série de procedimentos para garantir a qualidade da informação. Existe um cuidado para divulgarmos tudo apenas no final.”