Ele descarta emitir um novo documento para as paróquias e capelas.
JdeB – Dom Edgar Ertl, bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, disse ao Jornal de Beltrão que não vai editar um novo decreto sobre a proibição da venda e o consumo de bebidas alcoólicas em festas e promoções de paróquias e capelas. Para ele, o importante é que o decreto já existente seja cumprido. Se os conselhos não acatarem, a Diocese tomará providências.
A posição de dom Edgar foi externada após um matinê realizado no centro comunitário da Linha Capanema, interior de Realeza, domingo, 8, que terminou com dois homens mortos e cinco pessoas feridas. “O problema é o não cumprimento, ou afrouxamento que nós chamamos, por parte de algumas autoridades que estão fazendo ‘olho grosso’ diante de algumas comunidades.”
Ele disse que, normalmente, o problema de venda e consumo de bebidas alcoólicas não ocorre nos centros sociais das igrejas matrizes. A princípio, o problema se dá mais nas comunidades do interior. Os conselhos administrativos das capelas do interior costumam ser muito autônomos, muitas vezes não consultam os padres sobre suas decisões. Dom Edgar observou que, assim como em Realeza, onde houve a matinê à tarde, “isso já aconteceu em outros municípios, quando os conselhos decidem deliberar sobre bebidas e matinês, contratar bandas, sem o consentimento do pároco”.
Dom Edgar é incisivo: “O que precisamos é concretizar aquilo que já está escrito. Eu não vou fazer nenhuma nova portaria ou decreto. O que nós precisamos é que as paróquias levem a sério o decreto, levem em consideração o que nós, juntos, aprovamos, no final de 2017 e início de 2018, que os eventos acólitos, as festas dos padroeiros, nas matrizes e comunidades, faríamos sem o consumo de bebida alcoólica.”
Dom Edgar estima que 85% das 46 paróquias da Diocese estão levando a sério o decreto “e os resultados das festas familiares estão sendo fantásticos. Estão sendo festas familiares, cristãs, sem baderna, bagunça ou pessoas bêbadas”.
Para o bispo, se os conselhos não colocarem em prática o decreto que proíbe a venda e o consumo de bebida alcoólica e forem desobedientes, “nós vamos pedir o afastamento, a demissão de todos que não estão cumprindo com o decreto”.
