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Francisco Beltrão
domingo, 15 de junho de 2025

Edição 8.226

14/06/2025

JORNALISMO PARANAENSE

Do interior de Coronel Vivida para as telas de TV

O jornalista Ari Ignácio de Lima relembra com carinho a infância no interior e hoje em seu sítio revive a vida no campo.


O jornalista Ari Ignácio de Lima, que tem propriedade rural em Coronel Vivida. Foto: Arquivo pessoal.

Por Luana Borba – Um dos rostos mais conhecidos do Sudoeste, o jornalista Ari Ignácio de Lima é apresentador do Sudoeste Notícias da TV Sudoeste e não por acaso apresenta também o programa Raízes, de música nativista.

Nascido na comunidade de Alto Pinhal, em Coronel Vivida, Ari veio de uma família de agricultores, ele é o segundo de seis irmãos. O jornalista recorda com carinho dos 18 anos que viveu em meio a natureza na lida da vida no campo. Aos 8 anos sua família mudou para a Linha Jordânia também em Coronel, e é deste período que Ari traz as maiores recordações.

“Eu recordo que a gente trabalhava, nós éramos em seis irmãos todos homens. Todos, até mesmo os pequenos iam para a roça. A gente ajudava o pai na lavoura, naquele tempo não era tudo na máquina, colhia na foicinha, trilhava na trilhadeira. Trabalhava até meio dia e de tarde ia para a escola. O pai tinha chiqueiro de porco e eu era quem mais cuidava porque eu não conseguia tirar leite como os meus irmãos”.

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Embora o trabalho no campo fosse árduo, o jornalista conta que havia muita diversão. “Às vezes de madrugada, o pai via que ia chover, e o feijão estava arrancado para marear. Íamos àquela hora antecipar o trabalho. E era aquela festa, porque fazíamos um mutirão. Tios e primos ajudavam a puxar o feijão, as vezes era soja ou milho. Era uma alegria! Quando ia trilhar soja, por exemplo, tinha aquele pó da trilhadeira e usavam cachaça para tirar o pó da garganta. Eu que servia. Lembro até hoje, levando o garrafão de cachaça para as pessoas que estavam trabalhando”.

Ari recorda as épocas de seca quando puxava água do rio para os porcos, lembra de cortar lenha para o fogão, de caçar galinha no mato para a mãe cozinhar e lembra especialmente das novenas e do povo religioso reunido para rezar nas casas da vizinhança. “Depois da reza os pais ficavam conversando, e lá fora 15, 20 crianças e adolescentes ficavam jogando e brincando no escuro ou na luz que vinha da vela”.

Mudança na vida
Aos 18 anos ele saiu do interior para o colégio interno. Ao concluir os estudos começou a trabalhar na rádio Sobradinho. Um ano e meio depois, em 1990, a convite do frei Nelson Rabello veio trabalhar na rádio Celinalta. “O Frei Nelson me chamou para vir para o rádio. Chegando aqui ele pediu que eu cortasse o cabelo, porque eu ia para a televisão”. No próximo mês o comunicador completa 34 anos na Rede Celinalta de Comunicação.

Ari é o rosto principal do Jornal do Almoço, mas como apresentador o programa Raízes é o que mais o representa na realidade. “O Raízes foi uma das formas de voltar à infância. Muitas vezes fui gravar no Rio Grande do Sul com a equipe, gravei com pessoas que eram meus ídolos. Por exemplo, na Fazenda dos Bertussi. Estar lá me fez sentir realizado, porque na infância escutava as músicas dele e estar com ele era uma coisa inacessível. Foram oportunidades que a profissão me trouxe”.

Há 15 anos o jornalista realizou outro sonho, adquiriu um sítio. E é ao som de sapos, grilos e pássaros que ele passa seus finais de semana. “Eu me sinto bem em contato com a natureza. Não é que eu não gosto do urbano, gosto do conforto da vida aqui, mas a natureza é mais forte em mim. Se fosse um pouco mais próximo da cidade eu moraria lá e trabalharia aqui sem problema. Lá parece que estou vivendo a minha infância novamente. Acho que no futuro eu vou morar no mato”, conclui.

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