No Sudoeste, a temperatura mais baixa foi registrada em Palmas Horizonte: 5 graus negativos.
Até agora, 24 de junho é o dia mais frio de 2025 em todo o Sul do Brasil. A geada foi geral. O Rio Grande do Sul e Santa Catarina registraram dezenas de cidades com temperaturas negativas. Em Vacaria, com oito graus negativos, falaram em “geada preta”. Em São Joaquim, sensação térmica de 16 graus negativos.

No Sudoeste, várias cidades com temperatura abaixo de zero, segundo registros do Simepar: Dois Vizinhos -0,5; Planalto -0,5; Francisco Beltrão -2,6; Pato Branco -2,1; Palmas -3,3; Palmas Horizonte -5. Mesmo em lugares menos frio, da região, a temperatura esteve perto do zero: Cruzeiros do Iguaçu, 1,3; Baixo Iguaçu, 0,3.

Até em Foz do Iguaçu a temperatura foi abaixo de zero: -0,4 graus. Em Guarapuava e Toledo, -1,6; em Laranjeiras do Sul, -1,8; Pinhão, -1,8; Cascavel, -2,2.


Com frio intenso, procura cresce na Casa de Passagem
Hóspedes recebem pouso, refeição e encaminhamento.
JdeB – A Casa de Passagem de Francisco Beltrão, que acolhe pessoas que precisam de pouso e refeições e que estejam em tratamento de saúde, em busca de emprego, ou mesmo passando pelo município, está com bastante pessoas. O educador social Sérgio Kupkowski, um dos responsáveis pela Casa de Passagem, relata que nesses dias de frio há uma procura maior.
“Com essa baixa das temperaturas nos últimos dias e mais especificamente hoje [ontem], que está bem frio, a procura sempre aumenta. O pessoal vem aqui na Casa de Passagem para ficar alguns dias ou mesmo para fazer uma refeição, tomar um café. Muitos buscam a Casa de Passagem mais por um aconchego mesmo, uma refeição, que quem está na rua não tem nem isso”, relata Sérgio.
A capacidade da entidade é para 22 pessoas, mas ele ressalta que “por conta das baixas temperaturas, a gente consegue adequar e aumentar esse quantitativo. A procura é bem grande, principalmente do pessoal que vem de outros municípios ou de pessoas que estão simplesmente passando pelo município”.
Hóspedes diversificados
Os motivos são diversos para o alojamento na entidade, que funciona num prédio da Prefeitura de Beltrão localizado na Rua Buenos Aires, Bairro Miniguaçu, nos fundos do Parque de Exposições. “Nós temos um processo migratório de deslocamento de pessoas de outros países também, principalmente da Venezuela e da Argentina, que passam muito por aqui. O sujeito sai da Argentina e busca o Litoral, mas ele vai passar por Francisco Beltrão; ou o sujeito que sai da Venezuela, passa por São Paulo, e o destino dele, às vezes, ou é Foz do Iguaçu ou é mesmo o Rio Grande do Sul, então ele passa por Francisco Beltrão. Geralmente, eles procuram os grandes centros. Geralmente, é somente a passagem por Francisco Beltrão. Um ou outro que tenta buscar um emprego aqui, busca uma situação de comodidade, vamos dizer assim, no município, mas nem todos, a imensa maioria é só de passagem mesmo”, informa Sérgio.
A Casa de Passagem atua em parceria com várias instituições para o acolhimento e encaminhamento de pessoas. “Trabalhamos em parceria com o Creas, o Creas é mais precisamente a Casa de Passagem, que encaminha as pessoas aqui para a Casa de Passagem, também os órgãos de segurança pública, o Caps, o Depen e vários órgãos encaminham aqui para nós acolhermos”.
Também há pessoas que vêm para receber tratamento das comunidades terapêuticas ou que saíram delas e estão indo para outras cidades e passam pela entidade. “O pessoal vem, muitas vezes, para as comunidades terapêuticas, a Sob o olhar de Maria e a Comunidade Betel, então, assim, às vezes, ele não consegue ficar lá no tratamento sequencial, vamos dizer assim, aí ele rompe esse tratamento, ele vai parar onde? Na rua. Aí ele vem aqui e nós auxiliamos também”, explica o educador social.
As pessoas acolhidas que precisam de roupas também são atendidas, relata Sérgio. “Nós conseguimos com o banco de doações da Prefeitura, que a Campanha do Agasalho esse ano foi muito bem-vinda, também veio um quantitativo para nós, e também os munícipes, vez por outra, vêm aqui na Casa de Passagem e entregam roupa, e a gente aceita de bom grado.”
Dois testemunhos
Felipe Vaz é de Coronel Vivida e veio a Francisco Beltrão para um tratamento em uma comunidade terapêutica. Porém, ele disse que acabou não ficando no local e pretende se estabelecer na cidade. Ele falou que recebeu bom atendimento na Casa de Passagem. “Foi tranquilo, foi de boa, foi bom. Gostei. Porque eu cheguei no complexo social, daí as moças ligaram aqui pras gurias aqui, foi de bate-pronto que arrumaram já a vaga pra mim. Até o momento, graças a Deus, está dando tudo certo”.
Felipe quer morar em Francisco Beltrão e disse que vai procurar uma casa ou quitinete. “O que seja, já vai ajudar bastante.”
Jefert de Lima é de Curitiba e estava em tratamento em uma comunidade terapêutica, mas acabou vindo para a entidade de acolhimento. Estava na comunidade há dois meses. Sobre sua passagem pela casa de acolhida, Jefert disse que “foi ótimo, não tem nada a falar aí”. Disse que veio a Beltrão porque aqui há empregos, em busca “de uma vida melhor” e que pretende arranjar um lugar pra morar.