Desde adolescente, ele trabalha na Rádio Clube de Realeza.

Por Flávio Pedron – Lázaro da Rosa, 57 anos, é um dos mais antigos nomes do rádio de Realeza. Começou a atuar na Rádio Clube ainda na adolescência. Agora, está completando 40 anos de atuação no rádio e sempre na Rádio Clube. Formou-se em Administração pelo Cesreal e possui pós-graduação em marketing. Atualmente, tem múltiplas funções: assessor de imprensa da Prefeitura de Realeza, professor de marketing do Cesreal e comanda programas da Clube FM. Lázaro viveu os dois momentos da empresa de comunicação: o antes, com a transmissão em amplitude modulada, e agora, com a migração para frequência modulada que proporciona som estéreo e limpo para os ouvintes, seja por aplicativo ou por ondas de rádio.
O comunicador é casado com Jô, com que teve a filha Ana Rita. A Rádio Clube é a sua segunda casa ou família. Torcedor do Internacional e de família tradicional em Realeza, Lázaro é daquelas pessoas de fácil conversa. Está sempre bem humorado e tem bom relacionamento na comunidade local.
Confira a entrevista do radialista ao JdeB.
JdeB – Como começou no rádio e com que idade?
Lázaro – Em 1982, meu irmão Izaías era técnico de som da Rádio Clube e eu com 14 anos na época comecei a acompanhá-lo no seu trabalho nos fins de semana e foi neste ano que a minha história começou na rádio. Trabalhei durante dois anos com aprendiz, “não tinha idade para assinar a carteira”, o que aconteceu no ano de 1985
JdeB – E o fascínio pelo rádio como foi se criando em você no trabalho?
Lázaro – Sempre gostei de ouvir rádio, acompanhava meu pai ouvindo as partidas de futebol do nosso colorado desde infância e quando tive a oportunidade conhecer um estúdio tive a certeza que era isso que eu queria para minha vida profissional
JdeB – Quem eram tuas referências locais e nacionais no rádio?
Lázaro – Aqui em Realeza tínhamos o Gentil Menagazzi, o Ivan Zucchi, entre outros, a nível nacional o Zé Bétio era a grande referência, e outros locutores das rádios de São Paulo e Rio Grande do Sul.
JdeB – E o primeiro programa que você começou a comandar, qual foi? Era musical? Era de jornalismo?
Lázaro – Comecei como técnico de som e quando o locutor do horário atrasava, a gente anunciava a hora certa, mas o primeiro programa que eu comandei foi nas noites de sábado e domingo, chamava-se “A noite é nossa”.
JdeB – E o jornalismo, como foi seguir nesta área? A preocupação com a notícia? E com a abrangência do rádio
Lázaro – Na época que comecei no rádio, a produção de noticias era “rádio escuta”, ou seja, ouvíamos as grandes fontes de informação e a partir daí redigíamos os boletins de notícias. Apreendi fazer este trabalho com Sergio Jonikaites, o responsável pelo noticiário na época.
JdeB – Lembra de alguns fatos pitorescos? Fatos marcantes? Fatos tristes?
Lázaro – O dia a dia no rádio é sempre cheio de fatos marcantes, alegres, tristes e curiosos. Como também fazia parte da equipe de esportes, me lembro de um fato que foi curioso, quando tivemos que sair escoltados pela polícia no final de um campeonato. O Real foi campeão, e como estávamos na casa do adversário, tivemos que usar este expediente para sairmos ilesos.
JdeB – Hoje você comanda que programas?
Lázaro – Hoje estou no comando do programa “Arquivo 101”, das 10h às 12h, e o Jornal da Clube, das 12h às 13h. Além da cobertura jornalística quando necessário.
JdeB – Tem dois momentos na tua carreira que você precisa se desdobrar. Já foi assessor de imprensa da Câmara e da Prefeitura em várias gestões. E de outro lado se dedicou aos estudos e depois se tornou professor. Fale um pouco sobre estas duas situações vividas concomitantemente.
Lázaro – Em 87, a convite do saudoso Valmor Rampanelli [gestão 1983-1988], prefeito da época, fui convidado a fazer a assessoria de imprensa da Prefeitura e desde então, por alguns mandatos, ocupei essa função tanto no Executivo quanto no Legislativo.
Quando me formei no colegial, não tínhamos na região muitas opções de ensino superior na região e somente em 2001, com a vinda da Faculdade Cesreal para Realeza, consegui fazer meu curso superior. Gostei do retorno aos bancos escolares, fiz uma pós-graduação na sequência e assumi as aulas de marketing na instituição, onde permaneço até os dias atuais
JdeB – Outra situação que agora os radialistas estão tendo de lidar. O advento das plataformas digitais que tornam grande a concorrência entre as rádios web e tradicionais. Qual a tua opinião?
Lázaro – Com o advento da internet, o rádio precisou se reinventar, deixando de ser apenas um canal de áudio e se transformar em multiplataformas, na Rádio Clube estivemos sempre atentos a essas mudanças, buscando nos adaptar ao mercado para continuar tendo bons resultados.
JdeB – A internet deu voz e vez a todo tipo de rádio, sejam as web rádios ou rádios tradicionais, que também têm seus sites ou estão em aplicativos. Qual o futuro do rádio por ondas?
Lázaro – Na minha opinião, a magia do rádio nunca vai deixar de existir, precisamos buscar novas maneiras de atrair os ouvintes, inovando sempre e estando sempre presentes no dia a dia das pessoas.
JdeB- Passados 40 anos do trabalho no rádio, você olha pra trás e que lembranças vêm?
Lázaro – De cada ação que desenvolvi para chegar até aqui, desde o sofrimento na revisão das linhas de som; a evolução dos equipamentos; a chegada do MD [mini disquete], que substituiu as cartucheiras; o CD que substituiu os LPs, até a chegada do computador, que mudou toda a história.
JdeB – E o que falar da Rádio Clube que te acolheu todos estes anos?
Lázaro – A Rádio Clube é minha segunda casa, às vezes a primeira, sou extremamente grato por tudo que aqui recebi e aprendi. Meus diretores no início, Aldo Fachinello, e depois ao Grupo Seleski e De Marco, com a diretora Cláudia De Marco, se tornaram grandes amigos e compadres. Formamos uma grande família. Não me sinto apenas um funcionário da Rádio Clube, faço parte da engrenagem que faz da Rádio Clube uma emissora de respeito e de sucesso.

JdeB – A sua família sempre soube compreender teu trabalho como comunicador?
Lázaro – Para os meus pais, hoje em memória, ter um filho trabalhando numa emissora de rádio era motivo de orgulho. Minha esposa me conheceu através da minha profissão e minha filha, hoje com 20 anos, por vezes é minha companheira nas reportagens de final de semana. Elas sabem que posso largar as demais ocupações profissionais, mas jamais vou me distanciar da Rádio Clube, até que a direção da empresa entenda que meu trabalho possa contribuir para os resultados que a empresa espera.