
O festival internacional “Pint of Science” encerrou sua primeira edição em Pato Branco com um saldo altamente positivo, superando as expectativas de público e consolidando-se como um evento que “veio para ficar” no calendário municipal. Nos três dias de programação, mais de 300 pessoas prestigiaram as palestras e debates que levaram a ciência para dentro dos bares da cidade.
Jonathan Cieslak, coordenador local do “Pint of Science 2025”, celebrou a recepção calorosa da comunidade pato-branquense. “A comunidade acolheu muito bem o evento, com mais de 140 pessoas hoje, última noite do evento, totalizando mais de 300 pessoas de público atingidas nessas três noites”, afirmou Jonathan, ressaltando o sucesso da estreia. “Para nós é um marco, em um evento que vem para Pato Branco pela primeira vez.”
A boa notícia para os entusiastas da ciência é que o evento já tem data confirmada para 2026. A organização planeja uma colaboração ainda maior com as iniciativas pública e privada, visando firmar Pato Branco na rota mundial de realização do festival. “A nossa ideia é que ele se instale no calendário municipal de eventos. Que Pato Branco, através da iniciativa pública e privada, abrace esse evento e torne ele cada vez mais um evento pato-branquense também”, projetou o coordenador local.
Tecnologia e inovação no agronegócio marcam o encerramento
A última noite do “Pint of Science” foi dedicada ao tema “Revolução Agro”, abordando as inovações tecnológicas no agronegócio e seus impactos na vida no campo. Ricardo Beffart Aiolfe, engenheiro agrônomo, professor do Unimater e consultor, foi o palestrante convidado para encerrar o festival.
Ricardo destacou a crescente inserção da tecnologia em todas as áreas do conhecimento, e o agronegócio não é exceção. “Há muitos anos a gente tem aumentado a eficiência de inúmeros processos produtivos, reduzindo o uso de insumos, principalmente com a questão de maquinários agrícolas, mas também com processos agrícolas”, explicou. Ele enfatizou que hoje é quase impossível um produtor rural ou empresa do setor trabalhar sem tecnologia.
O Brasil se destaca como um dos maiores produtores agropecuários do mundo, um feito atribuído às dimensões continentais do país, à diversidade de solos e climas, e à pesquisa brasileira, que é pioneira em diversas frentes do agronegócio. “O Brasil domina os seus ambientes, e é isso que favorece, sem dúvida nenhuma, essas produções cada ano maiores”, afirmou.

Futuro sustentável e eficiência produtiva
Ao abordar o futuro do agronegócio, Ricardo apontou para a contínua integração da tecnologia e a necessidade de produzir “melhor”. “Eu acredito que o nosso futuro é focado em produzir melhor, principalmente baseado nesses aspectos de tecnologia, criando novos processos, criando novas máquinas e ferramentas que auxiliem na eficiência de uso dos nossos recursos, por exemplo, da terra, da água, da luz. E isso, sem dúvida nenhuma, é o caminho para o futuro”, analisou.
O palestrante também defendeu a utilização de áreas já degradadas, em vez de abrir novas, como caminho para o aumento da produção. “Nós já temos áreas abertas o suficiente. No Brasil, nós temos uma quantidade de área em processo de degradação muito grande, pastagens degradadas, de modo geral, e que essas áreas podem ser apenas recuperadas, sem a necessidade de abrirmos novas áreas”, disse. Para ele, a chave está em aumentar a eficiência do uso dos recursos através da tecnologia, tornando cada unidade de área mais produtiva. “Nosso futuro é preservar aquilo que já está preservado e aumentar a eficiência daquilo que já está aberto. Esse é o nosso trabalho incansável no campo hoje.”
As três noites do “Pint of Science” em Pato Branco foram estrategicamente pensadas para dialogar com os pilares de destaque da cidade e região. A primeira noite abordou cidades inteligentes, a segunda focou em saúde e inovação tecnológica, e o encerramento com o agronegócio foi considerado um “fechamento com chave de ouro”, dada a força do setor agropecuário no Sudoeste do Paraná.
Com o sucesso da primeira edição e a confirmação para 2026, o “Pint of Science” se firma como um evento de destaque, que promete continuar levando o conhecimento científico de forma acessível e descontraída para a comunidade de Pato Branco.