
Por Cristina Vargas – Um jovem parlamentar, com apenas 32 anos, assumiu a presidência da Câmara Municipal de Pato Branco, neste ano de 2024. Eduardo Albani Dala Costa, vereador do MDB, tem nas mãos o dever de presidir a Casa de Leis em um ano eleitoral, com pautas importantes a serem debatidas e votadas, com desafios inerentes ao último ano da atual legislatura.
Aos 28 anos, em 2020, Dala Costa colocou pela primeira vez seu nome à disposição em um processo eleitoral. Recebeu 546 votos, e assim, em 1º de janeiro de 2021 assumiu uma cadeira no Legislativo de Pato Branco.
Desde 2022 Dala Costa ocupa uma posição na Mesa Diretora da Casa. Em 2022, como 1º secretário; em 2023, como vice-presidente; e em 2024, eleito por unanimidade como presidente. Aos 32 anos, é o segundo presidente mais jovem da Câmara de Pato Branco.
Filho do ex-vereador Vilson Dala Costa (MDB), Eduardo é sobrinho do ex-candidato a prefeito de Pato Branco Valmir Dala Costa. Estes são, sem dúvida, alguns dos conselheiros do jovem presidente da Casa de Leis, que busca em suas ponderações mesclar a experiência com a juventude.
Formado em Engenharia Ambiental, defende pautas afins, como as causas ambientais, mas também sociais, culturais, o tradicionalismo gaúcho e a educação. Entre as suas preocupações, a de fazer o melhor para a população de Pato Branco, sempre pautado nos princípios e convicções.
Como está sendo para o vereador Eduardo, um jovem político, na sua primeira legislatura, assumir a cadeira de presidente da Câmara Municipal de Pato Branco? Quais os sentimentos que envolvem essa responsabilidade?
Tem sido muito gratificante, uma honra assumir a presidência da Câmara de Pato Branco, mesmo sendo vereador de primeiro mandato. Após apenas três anos de trabalho como vereador e conseguir a eleição da mesa, com os 11 votos – uma unanimidade, que não ocorreu em nenhuma das outras mesas diretoras que eu participei – é muita responsabilidade. Isso porque vamos administrar todo o trânsito normal que existe na Câmara. Temos que tomar decisões, todos os dias, que envolvem os diferentes departamentos da Casa, lutando sempre pelo melhor para o município.
Por ser um ano eleitoral há mais desafios a serem enfrentados pelo presidente do Legislativo do que em anos não eleitorais?
Existem mais desafios, sim. Em ano eleitoral a política está muito em destaque, e o presidente do Legislativo é o cargo máximo de um dos três poderes. Fora todo o trabalho que já existe como vereador, você tem que trabalhar como presidente da Câmara, estar mais por dentro dos acontecimentos, para poder tomar as decisões.
E por ser ano político, também começa a pensar as questões majoritárias. O vereador está em contato direto com a população, então muitos pré-candidatos vem atrás em busca de partido, em busca de conhecimento, ou mesmo da experiência que a gente adquiriu ao longo desses três anos. O desafio como presidente do Legislativo, acredito, é aumentar a quantidade de eleitores na cidade de Pato Branco. Nas últimas eleições, em período de pandemia, muitas pessoas deixaram de exercer seu direito democrático. Não foram às urnas, e acho que é importante que todo mundo possa ir lá e contribuir, para escolher os líderes a partir do ano que vem.
O fato de você fazer parte de uma família tradicional em Pato Branco, que tem uma história política e de contribuição para o desenvolvimento do município, pesa de alguma forma nas decisões?
Na verdade, a questão familiar tradicional, de ser uma das famílias pioneiras na cidade de Pato Branco é algo que não tem como se desgarrar. Desde que eu entrei como vereador, foi por causa dessa história da minha família. É algo que eu carrego desde que nasci, acho natural. Claro que meu pai ter sido vereador e meu tio, candidato a prefeito, ajudou. A história política construída lá atrás, me deu uma base para que eu pudesse estar hoje, também, como vereador na Câmara Municipal.
Como presidente da Câmara, quais são as metas e desejos de atuação para este ano legislativo?
Entre as metas do ano, que a gente possa voltar aos grandes debates dentro do plenário. Temos alguns projetos na Câmara, como o Plano Diretor, que precisa ser atualizado. Está há mais de dez anos atrasado e precisa ser revisto, para o desenvolvimento da cidade ao longo dos próximos dez anos. Vamos também, na sequência, organizar um concurso público para alguns cargos que estão necessitando de mais profissionais dentro da Câmara, e por ser um ano eleitoral, é preciso que isso seja feito ainda no início do ano. Estamos trabalhando para deixar a Casa mais organizada do que a gente encontrou, e fazendo algumas alterações na legislação. No que diz respeito aos funcionários e progressões, vamos também regulamentar nesse sentido, sempre defendendo a questão de o Poder Legislativo ser independente, mostrando quais são as competências de um vereador.
Qual legado pretende deixar para Pato Branco como presidente da Câmara?
Legado ainda é meio cedo para se falar. Estamos iniciando nossas ações, fizemos o planejamento e começamos a executar. Daqui a pouco vamos começar a colher os frutos e lá na frente vamos fazer uma análise de como ficou o ano.
Mas o objetivo é deixar a “estrada mais pavimentada” do que a gente encontrou, resolvendo algumas pendências que existem na Câmara. Para isso, preciso do apoio dos demais colegas para alterar legislações, regulamentar as situações, para que fique melhor lá na frente, para os próximos presidentes que vieram.
A revisão do Plano Diretor de Pato Branco também será pauta importante, quais são seus apontamentos sobre as mudanças propostas e quais suas sugestões?
O Plano Diretor já vem sendo discutido desde o final do ano passado. Foi criada uma Comissão Especial de Estudo para trabalhar junto com as entidades e o corpo técnico da cidade. Já está na hora de atualizarmos, planejarmos a cidade para mais dez anos. Mas precisa fazer um trabalho bem minucioso. A Câmara está nos bairros, entendendo a verdadeira realidade da população, mas é uma votação que teremos ao longo deste ano, e a população espera muito de nós, vereadores, referente a isso.
Quais outras pautas relevantes você destacaria para este ano?
Tem mais alguns projetos que devem ser votados na sequência. Um exemplo é o das parcerias público-privadas, que faz algum tempo que está na Câmara e que deve ser votado nos próximos dias. Também, como é o último ano da atual legislatura, todos os projetos precisam ser deliberados, votados, porque ao final deste ano legislativo, encerra-se tudo. Os próximos vereadores poderão, por ventura, até representar algum projeto, mas o que está na Casa hoje precisa ser votado este ano.
Ainda existem algumas situações que a gente acredita que deva subir para a Casa, como a Planta Genérica de Valores, que é uma decisão do Tribunal de Contas sobre a questão da atualização, do valor venal do imóvel para fins de dados de tributação de IPTU, e também alguns financiamentos que devam subir para discussão.
Na sua opinião, Pato Branco ainda ocupa posição de destaque no estado ou vem perdendo prestígio e recursos nos últimos anos?
Com certeza Pato Branco ocupa uma posição de destaque no estado. O nosso orçamento é extremamente significativo para as pessoas que vivem aqui. Nossas empresas, nossa agricultura, nossas indústrias, o povo realmente muito trabalhador, que faz com que a prefeitura, a cidade, tenha essa condição orçamentária para poder reinvestir, buscar mais negócios, mais valores, como o próprio aeroporto regional, a própria continuação do contorno norte, a municipalização da BR-158. Temos aí, também, um novo shopping, que faz de Pato Branco fundamental para o desenvolvimento do estado, e extremamente importante para a nossa região. Sobre a questão de estar perdendo prestígio, acredito que não, mas recursos, pode-se dizer que sim. Isso porque precisa muito de conexões políticas, de agentes políticos que consigam, através de parcerias, buscar recursos federais e estaduais. Porém, para isso precisa ter essa conexão com os deputados, para que eles possam interferir no orçamento da União e do Estado, para que venham injetar dinheiro em Pato Branco, para melhorar a nossa infraestrutura e a qualidade de vida da nossa gente.