Dado serve de alerta à população neste 11 de outubro, Dia Mundial da Obesidade.
De acordo com dados da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), no Brasil, aproximadamente 60% da população tem excesso de peso, na faixa de sobrepeso e obesidade. No mundo, segundo a associação, a projeção é de que, em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com excesso de peso, sendo mais de 700 milhões obesos. O número de crianças com sobrepeso e obesidade poderá chegar a 75 milhões, caso nada seja feito.
Os dados servem para chamar a atenção para o Dia Mundial da Obesidade, hoje, 11 de outubro. Segundo a Abeso, até 2014, era uma data nacional, mas a partir de 2015 passou a ser também uma data mundial. A preocupação das nações com a obesidade é cada vez mais evidente, visto que a doença crônica tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo.
Além de reduzir a qualidade de vida, a obesidade pode predispor a várias doenças crônicas, conforme explica o médico gastroenterologista Márcio Schenatto, de Francisco Beltrão. “A obesidade pode também aumentar de forma exponencial a incidência de doenças crônicas no paciente, como diabetes, hipertensão, artrose e outros problemas osteomusculares, e até mesmo o câncer, fazendo com que a pessoa obesa tenha pior qualidade de vida e viva menos”, alerta o médico.
Fatores que contribuem para o ganho de peso

que as pessoas optem por dietas
equilibradas e tratamentos
orientados por profissionais.
A nutricionista Gislene Titon, de Francisco Beltrão, esclarece que a obesidade não é motivada apenas por um ou outro fator isolado, mas um conjunto de acontecimentos e atitudes do paciente. “Depende do contexto biológico, sociológico e psicológico, que chamamos de biopsicossocial, isso tudo em desconformidade pode gerar a obesidade. Não é apenas um fator, não é apenas um alimento ou outro, mas todos os tipos de alimentos, com base na qualidade e quantidade, e os fatores multifatoriais que ajudam e afetam para a obesidade”, afirma.
Entre os principais fatores que contribuem para o ganho de peso, a nutricionista ressalta a falta de tempo adequado para as refeições e também o consumo de alimentos maléficos à saúde. “As pessoas têm sua alimentação sempre em momentos apressados, lanches, no carro, mexendo no celular, e não tiram uns minutos para mastigar, sentir o sabor e a textura dos alimentos. Beliscam o tempo todo durante o dia, não incluem variedade de hortaliças e vegetais em sua alimentação rotineira. Estão consumindo muito açúcar e sal, frituras, refrigerantes, doces”, alerta Gislene.
Sociedade e lideranças precisam agir

e destaca a necessidade de
políticas públicas e atitude das
autoridades em saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Dr. Márcio Schenatto, que também é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, reforça que a situação é preocupante e as autoridades de saúde precisam tomar providências. “Este é um grave problema de saúde pública, não somente no Brasil, mas no mundo todo. E os gestores de saúde devem ter uma política no sentido de prevenir e tratar a obesidade de forma adequada”, diz.
A nutricionista Gislene Titon sugere que as pessoas optem por alimentação mais equilibrada, rica em fibras, ingestão suficiente de água diariamente e também prefiram sempre alimentos cozidos, assados ou grelhados. “Tratar a obesidade com respeito implica disseminar informações sobre o assunto de maneira responsável. É deixar o sensacionalismo de lado ao abordar o tema. É não dar destaque a dietas milagrosas que colocam em risco a saúde e a vida das pessoas. Reconhecer a necessidade do acesso ao tratamento completo, que pode incluir medicamentos, como em qualquer doença crônica, e considerar a cirurgia bariátrica como parte do tratamento, quando necessário”, ressalta.