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Francisco Beltrão
sexta-feira, 13 de junho de 2025

Edição 8.225

13/06/2025

Acabar com os criadouros é o maior desafio contra a dengue

Representante da Sesa destaca que o veículo do fumacê atinge apenas 30% dos mosquitos Aedes.

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Carmem Grings, chefe da Vigilância Sanitária da 8ª Regional; Emanuelle Gemim Pouzatto, chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores; Ivana Lúcia Belmonte, coordenadora da Vigilância Ambiental da Sesa; e Nádia Zanella, diretora da 8ª Regional de Saúde.

Por Leandra Francischett – Ivana Lúcia Belmonte, coordenadora da Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e Emanuelle Gemim Pouzatto, chefe da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores, estiveram na região Sudoeste nesta semana, para tratar das estratégias de enfrentamento à dengue. Além da 8ª Regional de Saúde, em Beltrão, e da 7ª Regional de Saúde, em Pato Branco, a equipe da Sesa visita outras regionais, a pedido do novo secretário de Saúde, dr. Cesar Neves, para prestar apoio e esclarecer dúvidas.

Segundo Ivana, a dengue tem várias frentes de enfrentamento, como o controle vetorial, para reduzir a infestação do vetor, principalmente com a remoção dos criadouros. Mas esse é o tipo de ação que não depende exclusivamente do gestor público. “É uma ação que exige a participação da população, é uma mudança de comportamento, é ter o cuidado com o seu domicílio, porque o mosquito se instala dentro de casa ou no quintal, então é preciso remover ou eliminar qualquer local que tenha capacidade de fazer acúmulo de água, pode ser no ar condicionado, atrás da geladeira, um ralo aberto.” Em Beltrão, as equipes em campo identificam muitos focos, principalmente em cisternas.

Outra frente de enfrentamento é a atenção ao paciente. “A gente viu que os municípios da 8ª Regional estão bem alinhados no cuidado com o paciente, mas também vamos fazer um alinhamento como nós já temos feito com todas as regionais, fazendo videoconferências para prestar um esclarecimento aos médicos e enfermeiros da região no estadiamento clínico do paciente da dengue.”

Ivana acrescenta: “A vigilância epidemiológica faz com que você faça uma avaliação da sua situação atual, a vigilância entomológica também faz o controle de como está a infestação neste momento, e principalmente o trabalho da imprensa, que é levar a informação para população.

É um trabalho que precisa ser constante, depois que o mosquito Aedes aegypti é introduzido numa região, ele não vai mais embora, então temos que mantê-lo em baixo índice de infestação, para que a gente não tenha a transmissão viral que cause surto ou epidemia”.

Baixas temperaturas

Ivana explica que o frio ajuda na redução da transmissão, porque o metabolismo do mosquito diminui, então também diminui a replicação viral, mas é importante lembrar que os ovos que são depositados pelas fêmeas do mosquito se tornam viáveis independente das condições do ambiente, podendo chegar até a um ano e meio, então basta vir temperatura adequada ou chuvas, que esses ovos vão eclodir e haverá mosquitos novamente. “O trabalho não deve ser reduzido no período do inverno, deve ser contínuo, inclusive esta vistoria que se faz em casa, que deve ser feita semanalmente, que é o tempo do ciclo do mosquito.”

Veículos de fumacê

Não há previsão de aumento do número de veículos de fumacê na 8ª Regional. “Eu sempre digo que quando você está solicitando o veículo do fumacê, você está passando um atestado de incompetência, porque o uso do inseticida é muito limitado, ele não vai atingir a larva que está no criadouro, da mesma forma não vai atingir o mosquito que está escondido, vai pegar apenas 30% dos mosquitos que estão voando naquele momento.” Ivana destaca que o efeito é muito reduzido, então é mais um fator psicológico.

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